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O Magnífico Portão de Ishtar na Babilônia

O magnífico Portão de Ishtar da Babilônia

O Portão de Ishtar, oitavo portão da cidade da Babilônia, no atual Iraque, era uma entrada majestosa que se destacava como a principal entrada para a grandiosa cidade. Uma verdadeira maravilha para ser contemplada, o portão era revestido com tijolos de lápis-lazúli, conferindo à fachada um brilho semelhante ao de uma joia. Esculturas em baixo-relevo retratando divindades poderosas, como leões, dragões e auroques, formavam um caminho processional impressionante.

A mensagem era clara: a Babilônia estava protegida e defendida pelos deuses, e desafiá-la seria uma escolha imprudente. O Portão de Ishtar, dedicado à deusa babilônica Ishtar, já foi considerado uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, até ser substituído pelo Farol de Alexandria no século III a.C. Hoje, uma reconstrução do portão, utilizando tijolos originais, pode ser apreciada no Museu Pergamon, em Berlim.

A reconstrução do Portão de Ishtar no Museu Pergamon em Berlim (Imagem: Wikimedia Commons CC BY-SA 2.0)

Contexto Histórico da Babilônia

Os babilônios ascenderam ao poder no final do século VII a.C. e eram herdeiros das antigas tradições urbanas que existiam há muito tempo no sul da Mesopotâmia. Eventualmente, eles governaram um império tão dominante no Oriente Próximo quanto os assírios antes deles.

Esse período é conhecido como Império Neobabilônico, que havia anteriormente alcançado o poder e se tornara uma cidade-estado independente, ganhando destaque durante o reinado do rei Hammurabi (1792 – 1750 a.C.). Com a recuperação da independência da Babilônia sob o comando de Nabopolassar, uma nova era de atividade arquitetônica teve início, e seu filho, Nabucodonosor II, transformou a Babilônia em uma das maravilhas do mundo antigo.

“As Muralhas da Babilônia e o Templo de Bel (ou Babel)”, do ilustrador do século XIX William Simpson – influenciado pelas primeiras investigações arqueológicas (Domínio Público)

O Reinado de Nabucodonosor II

Foi o rei Nabucodonosor II (605 a.C. – 562 a.C.) quem ordenou a construção do Portão de Ishtar por volta de 575 a.C., como parte de seu plano para embelezar a capital do império. Sob seu governo, a Babilônia se tornou uma das cidades mais magníficas do mundo antigo. Ele ordenou a reconstrução completa dos terrenos imperiais, incluindo o zigurate Etemenanki (o Templo de Marduk) e é também creditado com a construção dos Jardins Suspensos da Babilônia, supostamente erguidos para sua esposa Amyitis, que sentia falta de sua terra natal.

Parte da chamada ” estela da Torre de Babel “, representando Nabucodonosor II à direita e apresentando uma representação do grande zigurate da Babilônia (o Etemenanki ) à sua esquerda (Domínio Público)

Características do Portão de Ishtar

O Portão tinha quase 12 metros de altura e uma ampla antecâmara no lado sul. O teto e as portas eram feitos de cedro, enquanto os tijolos ao redor eram revestidos com ladrilhos esmaltados que se acredita serem de lápis-lazúli, uma pedra semipreciosa de cor azul-escura valorizada desde a antiguidade por sua intensidade cromática.

Através da guarita, encontrava-se o Caminho da Procissão, um corredor de tijolos vermelhos e amarelos com mais de meia milha de comprimento e paredes com mais de 15 metros de altura de cada lado. Essas paredes eram adornadas com mais de 120 imagens de leões, touros, dragões e flores, feitas de ladrilhos esmaltados em tons de amarelo e marrom.

Inscrições com orações do rei Nabucodonosor ao principal deus Marduk também estavam presentes. Era por esse caminho processional que ocorria a procissão anual das estátuas das divindades, em direção ao templo de Marduk, para celebrar o Ano Novo.

 

Descoberta e Escavações do Portão de Ishtar

Durante as escavações realizadas nas proximidades do Portão de Ishtar, na Babilônia, foram descobertos numerosos fragmentos de tijolos com vestígios de caracteres cuneiformes esmaltados de branco. O texto foi restaurado por meio da comparação com outra inscrição completa encontrada em um bloco de pedra calcária. Essa inscrição era uma dedicatória do rei Nabucodonosor II, explicando a construção e o propósito do portão.

Foto dos restos in situ da década de 1930 do local de escavação na Babilônia (Domínio Público)

O lendário Portão de Ishtar tornou-se uma realidade histórica quando foi descoberto e posteriormente escavado entre 1902 e 1914 DC, por Robert Koldewey, um renomado arquiteto e arqueólogo alemão conhecido por sua minuciosa exploração da antiga cidade da Babilônia.

Hoje, mesmo que o grandioso Portão original não esteja mais de pé, sua grandiosidade e importância histórica continuam sendo admiradas por meio da reconstrução realizada no Museu Pergamon, em Berlim. Essa réplica, construída com tijolos originais, permite aos visitantes vislumbrar a majestosidade e o esplendor do magnífico Portão de Ishtar da Babilônia, uma relíquia do passado que testemunha a grandiosidade da antiga civilização babilônica.

 

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