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História Das Civilizações – Povos da Mesopotâmia

História das civilizações – Povos da Mesopotâmia

A história das civilizações na região da Mesopotâmia é marcada por uma notável evolução ocorrida no Crescente Fértil, uma área que se estendia desde o Egito até as terras mesopotâmicas. Embora fosse uma região desértica, ela contava com rios abundantes, como o Nilo, Tigre e Eufrates.

Devido à importância das águas desses rios para o desenvolvimento da região, os povos que habitavam a Mesopotâmia são conhecidos como sociedades hidráulicas. Essa situação peculiar tornou o território altamente disputado por diversos grupos ao longo da história.

 

Quais Foram os Povos da Mesopotâmia?

Os povos mesopotâmicos eram seguidores da crença politeísta, ou seja, acreditavam em múltiplos deuses. A religião exercia uma grande influência sobre sua arquitetura, refletindo-se na construção de imponentes templos, cujas partes superiores eram destinadas às cerimônias religiosas.

Além disso, a escrita desempenhou um papel fundamental ao permitir o registro dos eventos históricos, conquistas e ritos religiosos da Mesopotâmia. Atualmente, a região correspondente à Mesopotâmia abrange os territórios do Iraque, Irã e Jordânia, situados no Oriente Médio.

A Mesopotâmia, situada entre os rios Tigre e Eufrates, foi uma região altamente disputada por diversos povos ao longo da história. Em contraste com o Egito Antigo, que foi formado por um único povo, a civilização egípcia, na Mesopotâmia houve a presença e o destaque de diferentes povos, alguns dos quais são:

 

Sumérios

Os sumérios foram os primeiros a se estabelecerem na região da Mesopotâmia. Eles escolheram locais próximos aos rios Tigre e Eufrates, aproveitando suas águas para consumo e desenvolvendo técnicas de irrigação que permitiam levar a água para áreas distantes das margens. Sua presença na Mesopotâmia ocorreu aproximadamente de 3200 a.C. a 2800 a.C.

Assim como era comum nas civilizações da Antiguidade Oriental, os sumérios atribuíam grande importância à religião, e isso se refletia em sua arquitetura. Construíram impressionantes templos religiosos, onde os sacerdotes realizavam rituais sagrados. Para registrar suas conquistas e ritos religiosos, utilizavam a escrita cuneiforme, um sistema de escrita em forma de cunha em tabletes de barro.

O Grande Zigurate de Ur ( Dhi Qar Governorate , Iraque), construído durante a Terceira Dinastia de Ur (c. 2100 aC), dedicado ao deus da lua Nanna. (Imagem: Wikimedia Commons CC BY-SA 3.0)

A produção agrícola excedente dos sumérios era objeto de comércio com outras civilizações, incluindo os povos egípcios e indianos. Dessa forma, eles estabeleceram relações comerciais e culturais com outros povos da época.

Acádios

Os acadianos foram outro povo importante que habitou a região da Mesopotâmia. Inicialmente, eles derrotaram os sumérios, mas seu controle sobre a terra mesopotâmica foi verdadeiramente consolidado com a unificação realizada pelo rei Sargão I, que reuniu os diversos povos que viviam na região.

Entretanto, o domínio acadiano chegou ao fim quando foram derrotados pelos babilônicos, também conhecidos como os amoritas. A ascensão dos babilônicos marcou o declínio do poder dos acadianos na Mesopotâmia.

Cabeça de bronze de um governante acadiano, descoberta em Nínive em 1931, presumivelmente representando Sargão de Acádia ou o neto de Sargão, Naram-Sin (Imagem: Wikimedia Commons CC BY-SA 2.0)

Primeiro Império Babilônico

Durante o Primeiro Império Babilônico, a cidade de Babilônia se tornou renomada no Mundo Antigo como a sede desse poderoso império. Entre os anos 2000 a.C. e 1515 a.C., os babilônicos exerceram domínio sobre a Mesopotâmia, expandindo seus territórios e conquistando outros povos. Um dos reis babilônicos mais famosos desse período foi Hamurabi, que ficou conhecido por ser o primeiro a estabelecer um sistema organizado de leis em seu reino.

O Código de Hamurabi, criado por este rei, era um conjunto de leis que previam punições proporcionais aos crimes cometidos. Esse código se baseava na antiga Lei do Talião, que popularizou a expressão “olho por olho, dente por dente”. A justiça babilônica buscava assegurar que as penalidades impostas correspondessem ao dano causado.

Entretanto, o domínio babilônico na Mesopotâmia chegou ao fim com a invasão dos hititas, um acontecimento que marcou o encerramento do Primeiro Império Babilônico.

 

Assírios

Os assírios eram uma civilização reconhecida por sua ferocidade no combate e na forma como tratavam seus inimigos. Eles possuíam uma sociedade altamente militarizada e, com seu poderio, conquistaram vastas áreas que incluíam toda a região da Mesopotâmia, a Palestina, o Egito e parte da Pérsia.

Em 1450 a.C., a Mesopotâmia estava sob seu domínio, porém, posteriormente, em 612 a.C., os caldeus conseguiram derrotá-los, encerrando assim o domínio dos assírios na região.

Impressão artística de um salão em um palácio assírio de The Monuments of Nineveh, de Austen Henry Layard , 1853 (Domínio Público)

Segundo Império Babilônico

Os caldeus estabeleceram o Segundo Império Babilônico após conquistar a região da Mesopotâmia. Sob o reinado de Nabucodonosor, o império atingiu seu apogeu, caracterizado principalmente pelas grandiosas e magníficas construções arquitetônicas.

Entre elas, destacam-se os famosos Jardins Suspensos da Babilônia, cuja construção impressionou até mesmo arqueólogos e historiadores contemporâneos, dada a aparente complexidade alcançada com recursos limitados. Contudo, o Segundo Império Babilônico chegou ao seu fim em 539 a.C., quando foi derrotado por Ciro II, rei persa.

Arte contemporânea retratando a Babilônia no auge de sua estatura. (Imagem: Wikimedia Commons CC BY-SA 4.0)

Os povos mesopotâmicos desenvolveram suas civilizações ao longo das margens dos rios Tigre e Eufrates. Utilizando as águas para o consumo e irrigação de suas plantações, eles desenvolveram técnicas avançadas de irrigação, incluindo a construção de canais que levavam água para áreas mais distantes das margens.

A principal atividade econômica na Mesopotâmia durante a Antiguidade Oriental foi a agricultura. O excedente da produção agrícola era valorizado e comercializado com outros povos, proporcionando prosperidade econômica à região. Além da agricultura, a atividade de pastoreio também contribuiu para o desenvolvimento econômico mesopotâmico.

A sociedade mesopotâmica era organizada em castas, com pouca ou nenhuma mobilidade social. O poder era centralizado nas mãos do soberano, que exercia funções militares, políticas e religiosas. Enquanto um pequeno grupo de elite desfrutava do poder, os camponeses sustentavam a sociedade com o trabalho no campo e nas construções públicas e templos.

 

Resumindo

O legado cultural da Mesopotâmia continua influente nos dias atuais. Devido à dependência das águas dos rios para a sobrevivência, os povos mesopotâmicos desenvolveram técnicas avançadas de arquitetura, incluindo a construção de represas para armazenar água.

Seus conhecimentos em astronomia eram utilizados para prever enchentes e vazantes, sendo também aplicados na construção de majestosos templos e palácios, símbolos de crença religiosa e expressão de poder dos soberanos.

 

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