O nome de Balder (também referido como Baldr ou Baldur) ecoa por toda a mitologia nórdica como o deus viking da luz, alegria, pureza e verão – uma figura reverenciada acima de todas as outras. Sua beleza resplandecente e nobreza eram tão intensas que sua presença emitia luz, enquanto até as flores mais delicadas se inclinavam em admiração quando ele passava.
Nas histórias mitológicas, Balder é louvado como a personificação suprema da perfeição, sendo reconhecido como o mais sábio e justo entre os deuses de Asgard. Seu nome, “Baldr,” encontra suas raízes no nórdico antigo, possivelmente derivado do termo “baldr,” que carrega o significado de ousado.
Teorias alternativas também foram levantadas – ele poderia estar ligado à palavra proto-indo-europeia “bhel,” que significa branco, ou ao nórdico antigo “bál,” que remete ao fogo. Algumas interpretações até associam seu nome a “baldur,” que denota senhor e frequentemente era usado em títulos honoríficos, como “baldur I brynju,” significando senhor dos homens.
Essas especulações têm sua origem na aparente contradição entre o nome “Baldr” e sua natureza pacífica e até inocente, conforme retratado nas narrativas centrais da mitologia nórdica. No entanto, tal objeção pode estar dando excessiva ênfase a uma única fonte.
Origens e Família
O contexto familiar de Balder emerge da mitologia nórdica, que o identifica como filho de Odin e Frigg. Odin, o soberano dos deuses asgardianos, é venerado como o deus da guerra e sabedoria. Frigg, deusa do casamento, fertilidade e maternidade, guarda as Artes Domésticas. Apesar de ser a esposa de Odin, ela não é a mãe de todos os seus filhos; por exemplo, Thor é fruto da união de Odin com a gigante Jodr.
Balder também tem seu próprio núcleo familiar, composto por sua esposa Nanna e seu filho Forseti. Detalhes sobre Nanna na mitologia nórdica são limitados, mas ela é reconhecida como a companheira de Balder.
A história de Balder se desdobra em sua morte, um acontecimento que abala as estruturas mitológicas. Profecias premonitórias afligem Balder, alertando-o sobre sua própria morte iminente. Sua mãe, Frigg, toma medidas para protegê-lo, mas Loki, o deus ardiloso, explora uma exceção no juramento de proteção, usando visco para causar a morte de Balder.
A morte de Balder desencadeia uma série de eventos trágicos, conduzindo a um cataclísmico Ragnarok, o fim do mundo nórdico. A história de Balder personifica temas universais, como a fragilidade da vida, a inveja e as consequências inevitáveis da morte. Suas lendas continuam a cativar, explorando a interseção de beleza, tragédia e a complexidade humana através do pano de fundo mitológico das terras do norte.
A Morte de Balder e o Início do Fim dos Deuses
Apesar de ser exaltado como o mais eminente dos deuses, a mitologia nórdica não preserva nenhuma narrativa de proezas heroicas realizadas por Balder. Curiosamente, seu papel central reside em sua trágica morte. O relato da morte de Balder é uma parte integrante da profecia Voluspá, que também prevê o evento apocalíptico do Ragnarok. Na verdade, o falecimento de Balder é considerado o primeiro elo numa sequência de eventos que culminam na aniquilação dos deuses nórdicos.
O Engano de Loki e a Morte de Balder
De acordo com a mitologia nórdica, Balder começou a ser acometido por sonhos premonitórios acerca de sua própria morte. Isso despertou uma profunda inquietação em sua mãe, Frigg, que então fez um juramento universal em todo o cosmos nórdico: nenhum dano jamais encontraria seu filho, nem ele seria prejudicado com sua permissão.
A invulnerabilidade de Balder transformou-se em fonte de entretenimento para os outros deuses, que o utilizavam como alvo de seus arremessos de facas e flechas, observando com satisfação esses projéteis desviarem-se inofensivamente dele.
Loki, o astuto deus das artimanhas, movido por ciúmes ou pelo desejo de provar uma fraqueza em Balder, disfarçou-se de uma anciã e dirigiu-se a Frigg para averiguar possíveis vulnerabilidades do deus. Frigg revelou que havia falhado em obter o juramento de uma única planta – o visco – que, jovem e inofensiva, não parecia ameaçadora para seu filho.
Aproveitando-se dessa falha, Loki moldou um dardo com um galho de visco. Ele então se juntou aos demais deuses, que se divertiam lançando objetos em Balder, e questionou Hodr, irmão cego de Balder, por que ele não participava do jogo. Hodr explicou que não podia enxergar Balder nem tinha algo para lançar.
Loki, habilmente, auxiliou Hodr, colocando o dardo de visco em suas mãos e guiando o arremesso. O dardo atingiu Balder, resultando em sua morte instantânea e causando perplexidade nos deuses.
As Consequências e a Tentativa de Ressurreição de Balder
Diante da morte do mais querido dos deuses, Hermod, outro filho de Odin, foi encarregado de viajar ao submundo e implorar à deusa Hel por uma possível restituição de Balder. Após persistente persuasão, Hel concordou sob a condição de que todos os seres, mortais e imortais, derramassem lágrimas por Balder, evidenciando seu amor universal.
A resposta foi esmagadoramente positiva, com todos os cantos do mundo lamentando a perda, exceto por uma figura chamada Thokk, que obstinadamente recusou-se a derramar uma lágrima. Suspeita-se que Thokk fosse, na verdade, Loki disfarçado, sabotando assim o plano de reviver Balder.
As repercussões da morte de Balder foram terríveis. Ele foi ritualisticamente incinerado a bordo de seu navio Hringhorni, acompanhado por sua esposa Nanna, que morreu de tristeza ou voluntariamente se entregou às chamas em luto.
O deus Thor chutou o anão Litr para a pira, destinando-o a arder em chamas junto com Balder. Odin, por sua vez, gerou Váli, um filho, através da giganta Rindr, que cresceu à maturidade em um dia, especificamente para vingar Balder, apesar de ser uma peça nas artimanhas de Loki.
Paralelamente, Loki foi acorrentado a três pedras com uma serpente venenosa suspensa acima de sua cabeça, gotejando veneno em seu rosto por toda a eternidade.