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Kanaloa: Deus Havaiano do Oceano e do Submundo

Kanaloa - Deus Havaiano do Oceano e do Submundo

A cultura havaiana representa uma fusão singular de diversas influências culturais que encontraram no Havaí seu lar ao longo dos séculos. Os colonizadores polinésios foram os pioneiros nessa jornada, deixando um impacto significativo nas tradições havaianas contemporâneas. A cultura polinésia se destaca pela valorização da família, comunidade e espiritualidade, princípios que se refletem em conceitos como “ohana” (família) e “kuleana” (responsabilidade) na cultura havaiana.

Além disso, os nativos havaianos desenvolveram sua própria língua, música, dança e artes marciais distintas. Nos últimos anos, outras culturas também influenciaram o Havaí, contribuindo para a formação de uma sociedade verdadeiramente multicultural. Atualmente, o Havaí abriga pessoas de diferentes partes do mundo, cada uma trazendo suas tradições e contribuições singulares para enriquecer a vibrante cultura da ilha.

 

Características e Origens

Na mitologia havaiana, Kanaloa assume o papel divino do submundo e dos mares. Ele é comumente representado como uma lula ou polvo, e seu nome traduz-se como “o escondido”.

De acordo com a lenda, Kanaloa já ocupou o posto de um poderoso líder que governava a ilha de Kaua’i. No entanto, foi deposto por seu próprio irmão e desterrado para o submundo, onde se transformou no senhor dos mortos e governante dos oceanos. Apesar de algumas representações que o apresentam como uma divindade maliciosa, ele também é vinculado à cura e fertilidade.

De fato, muitos pescadores havaianos ainda reverenciam seu nome antes de embarcar ao mar, buscando uma pesca bem-sucedida. Seja enquanto é adorado ou temido, Kanaloa mantém sua relevância como uma figura significativa na cultura e religião havaiana.

 

Kanaloa na mitologia

Na mitologia, Kanaloa é reconhecido como o companheiro de viagem de Kāne. Descreve-se Kanaloa como alto, de pele clara, enquanto Kāne é mais moreno, com cabelos cacheados e lábios grossos. Esses dois deuses são conhecidos por consumir ‘awa e por serem responsáveis pelo estabelecimento de fontes de água. Algumas narrativas sugerem que o deus indicaria a localização da fonte, enquanto Kāne traria a água. Além disso, Kāne e Kanaloa são identificados como os criadores de mai’a.

Na construção de uma waʻa (canoa), Kāne é invocado, enquanto Kanaloa, senhor dos ventos oceânicos, é chamado durante a navegação no waʻa. A extremidade norte da jornada sazonal do Sol é referida como “ke alanui polohiwa a Kāne” (“o caminho escuro de Kāne”), enquanto o limite sul é “ke alanui polohiwa a Kanaloa” (“o caminho escuro de Kanaloa”).

Nas narrativas, Kanaloa e Kāne colaboram na construção de viveiros de peixes, aliviando a fome. Eles também valorizam a integridade das pessoas encontradas durante suas jornadas.

 

Outras Associações e Narrativas

Dentro da mitologia havaiana, a divindade de maior importância era Kāne, o benevolente deus criador, associado ao sol, ao amanhecer e às florestas férteis onde as pessoas habitavam. No entanto, em contraposição a Kāne, existia uma divindade maligna das profundezas escuras do oceano, representando a escuridão e a morte de todas as coisas. Esta divindade subterrânea era conhecida como Kanaloa, ocasionalmente representada como uma lula ou polvo negro e venenoso.

O mito da criação havaiano envolve uma espécie de competição artística entre Kāne e Kanaloa: ambas as divindades esculpiram seres humanos em basalto, mas apenas os seres criados por Kāne ganharam vida. A descendência de Kanaloa permaneceu como pedra escura. Enfurecido, Kanaloa seduziu a esposa do primeiro homem, semeando a inimizade entre os sexos.

A divindade das trevas também criou o veneno, tornando muitos peixes, plantas e animais prejudiciais aos novos humanos. Insatisfeito, ele introduziu a morte para limitar o tempo dos homens e mulheres neste mundo.

Devido às suas artimanhas, Kanaloa foi exilado para as profundezas do oceano, preservando seu poder e divindade. Navegadores e pescadores oram a Kanaloa em busca de segurança ao cruzar seus domínios aquáticos. Ele também é reverenciado como o principal deus da magia.

Embora haja a falta de histórias vívidas sobre as façanhas de Kanaloa em sua forma de polvo, algumas fontes sugerem que as narrativas sobre a divindade foram escassas. Alguns etnólogos até propõem que seu papel foi ajustado e suas histórias foram modificadas para se alinhar mais convenientemente com os relatos missionários sobre Deus e o Diabo.

Na tradição havaiana, o kinolau de qualquer deus deve ser tratado com respeito. Historicamente, as mulheres eram até proibidas de consumir certos alimentos por serem considerados kinolau de Kanaloa. Este princípio fundamental de respeito continua crucial durante as viagens marítimas no Havaí hoje em dia.

A reverência pela cultura passada e pelo próprio mar assegura que esses tesouros permaneçam igualmente impressionantes e poderosos para as gerações futuras.

 

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