Ixchel, também conhecida como Ix Chel (pronuncia-se Ishchel), é uma das divindades mais reverenciadas no panteão maia. Como deusa da lua, ela governa diversos aspectos da vida, incluindo água, fertilidade, colheitas, gravidez, amor e sexualidade. Além disso, Ixchel é considerada a protetora das artes, têxteis, pintura, medicina e cura. Sua influência abrange tanto a criação quanto a destruição, refletindo a dualidade presente na cosmovisão maia.
A Dualidade de Ixchel: Criação e Destruição
Na mitologia maia, acredita-se que o universo é regido por forças opostas e complementares. Ixchel personifica essa dualidade, sendo ao mesmo tempo benevolente e destrutiva. Ela pode conceder vida, fertilidade e cura, mas também tem o poder de causar inundações, doenças e maldições que afetam colheitas e ameaçam a vida humana. Essa dualidade é essencial para entender seu papel como uma divindade complexa e multifacetada.
Origem e Representações
A história de Ixchel remonta a 1500 a.C., com raízes na Península de Yucatán e na Guatemala. Seu poder está intimamente ligado aos ciclos lunares, que influenciam a semeadura e a colheita. Frequentemente, ela é retratada ao lado de Chaac, o deus da chuva, devido à sua associação com a agricultura e a fertilidade.
Ixchel assume diversas formas em representações artísticas:
- Jovem Donzela: Aparece como uma bela jovem acompanhada por um coelho, símbolo lunar na cultura maia.
- Tecelã da Vida: Em outras imagens, ela é mostrada tecendo em um tear de cintura, simbolizando o cordão umbilical e a placenta.
- Destruidora: Em sua forma mais sombria, Ixchel é retratada como uma mulher idosa derramando água de um jarro, causando tempestades e devastação.
Símbolos e Nomes
Ixchel é associada a diversos símbolos e nomes que refletem seus múltiplos atributos:
- Símbolos de Morte: Em sua forma destrutiva, ela é representada com uma cobra enrolada no pescoço, garras afiadas e uma saia feita de ossos.
- Nomes Alternativos: Entre seus muitos títulos estão “Mulher Arco-Íris” (Ixchel), “Grande Arco-Íris” (Chak Chel), “Senhora da Lua Branca” (Sak U’Ixik) e “Deusa do Parto” (Sinal).

As Três Faces de Ixchel: Donzela, Mãe e Anciã
Ixchel é frequentemente descrita em três estágios de vida, cada um com características distintas:
- Donzela: Nesta forma, ela é a jovem deusa da lua, associada à fertilidade, medicina e obstetrícia. Mulheres rezavam para ela em busca de fertilidade e orientação durante a gravidez.
- Mãe: Como Ixik Kab (“Senhora Terra”), ela é retratada como uma figura maternal, ligada à tecelagem, à terra e ao sucesso das colheitas. Também é associada ao desejo e ao amor.
- Anciã: Na fase final, ela assume o nome de Chak Chel e representa tanto a criação quanto a destruição. Nesta forma, ela ajuda os doentes e os moribundos, absorvendo os corpos dos falecidos na terra.
Mitos e Relacionamentos
Ixchel é casada com Itzamná, o deus do céu e da sabedoria, muitas vezes associado ao sol. Juntos, eles criaram Bacab, as quatro divindades que sustentam os cantos do mundo, e tiveram 13 filhos, incluindo deuses do milho, das plantas, do cacau e das estrelas.
Segundo o mito, Ixchel foi atraída por Itzamná enquanto tecia em seu tear. Após sua morte, libélulas cantam por 183 dias até que ela ressuscite e retorne ao palácio celestial, onde continua a nutrir as mulheres grávidas da Terra.
Templos e Celebrações
Ixchel era tão importante que os maias construíram templos em sua homenagem, como os localizados em Cozumel e Isla Mujeres. A ilha de Cozumel era um local de peregrinação para mulheres e meninas, que viajavam até lá para receber bênçãos e deixar oferendas.
Até hoje, celebrações anuais são realizadas em sua honra:
- Peregrinação a Cozumel: Realizada em 26 de maio, centenas de canoas cruzam o Mar do Caribe para visitar seu templo.
- Festival de Ixchel: Desde 2018, o parque temático Pueblo del Maíz organiza um festival dedicado à deusa.
- Caminhada até Ixchel: Na lua cheia de junho, peregrinos caminham 7 km na ilha de Cozumel, terminando com oferendas e danças em sua efígie.
O Legado de Ixchel na Cultura Moderna
Ixchel continua a ser uma figura central na cultura maia, especialmente para as mulheres. Sua influência é celebrada em festivais, peregrinações e rituais que mantêm viva sua memória. Como deusa da fertilidade, parto e cura, ela representa a conexão entre a vida, a morte e a renovação, temas que ressoam profundamente na cosmovisão maia.
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Referências:
Gibson, C. A vida oculta dos antigos maias. Metrô Livros, 2012.
Nicholson, I. Mitologia mexicana e centro-americana. P. Bedrick Books, 2005.
Spence, L. As mitologias do antigo México e Peru. nulo, 2011.