Mitos, Política e Arte: Navegando Pelos Tesouros Históricos da Grécia Antiga
A Grécia Antiga era composta por cidades-estados independentes, conhecidos como polis. As cidades-estado gregas tinham diferentes sistemas políticos e organização militar, mas compartilhavam elementos culturais comuns, como o idioma e a escrita.
No Período Arcaico, que compreendeu dois séculos de 800 a 500 aC, as polis gregas se formaram e se consolidaram, dando início ao florescimento da civilização grega.
Antes dessa era, existiram dois períodos anteriores que foram fundamentais para o surgimento das poleis: o período pré-homérico, entre 2.000 a.C. e 1.100 a.C., e o período homérico, entre 1.100 a.C. e 800 a.C.
As principais cidades-estado gregas foram Atenas, Esparta e Tebas, cada uma com suas próprias características. A partir de 500 aC, teve início o Período Clássico, que foi uma fase de grande desenvolvimento da cultura grega.
Nessa época, tivemos grandes filósofos, como Sócrates, Platão e Aristóteles, além de dramaturgos como Eurípedes, Sófocles e Aristófanes.
No Período Clássico, também ocorreu como Guerras Médicas, ou Guerras Greco-Persas, travadas contra o Império Persa, e rivalidade entre Atenas e Esparta com a formação das Ligas do Peloponeso e de Delos, que culminaram na Guerra do Peloponeso, um conflito de cerca de 30 anos entre Atenas e Esparta que foi decisivo para o fim da Era Clássica grega.
A civilização grega deixou um legado fundamental para o desenvolvimento da cultura ocidental. Foi na Grécia Antiga que surgiu a concepção democrática de governo, na cidade de Atenas, e o processo de racionalização da realidade com o método filosófico, em cidades como Mileto e Samos.
Os métodos dos gregos Hipócrates e Galeno são as bases da medicina ocidental. Eles desenvolveram conceitos e práticas que influenciam até hoje a ciência médica.
Criação das Pólis
Na Grécia Antiga, as comunidades eram organizadas em pequenas unidades agrícolas, em que a terra e a riqueza produzida eram igualmente divididas. Mas no decorrer do tempo, a questão da propriedade da terra estabeleceu disputas e diferenciações sociais entre os gregos.
Com o passar do tempo, os proprietários de terras passaram a estender o seu poder, formando alianças entre si para empreenderem a defesa de suas propriedades.
Essas alianças consolidaram sociedades mais amplas, formando as pólis, as cidades gregas.
As pólis foram de suma importância para que os gregos passem a debater, elaborar e transformar as leis que regiam o seu cotidiano, envolvendo a feição da política no mundo antigo.
Uma das características distintivas da cultura grega foi o desenvolvimento de um sistema político baseado na participação dos cidadãos. Por isso, a democracia foi uma invenção possível entre os gregos, que valorizavam a liberdade e a igualdade.
O sistema democrático, mesmo que excludente naquela época, fazia jus a um comportamento político e uma concepção jurídica assentados no interesse de se refletir sobre o modo como a sociedade se organizava.
A influência dos gregos na formação das ideias políticas e jurídicas contemporâneas foi fundamental. Muitas das teorias que usamos hoje se originaram ou se inspiraram na filosofia e na cultura grega.
A expansão da cultura grega pelo mundo ficou conhecida como helenismo, e marcou o fim do Período Helenístico, época em que a civilização romana começou a se tornar hegemônica.
Mas a influência das pólis gregas e da sua organização política e jurídica perdurou ao longo dos séculos, até os dias de hoje.
A história da criação das pólis na Grécia é uma história de transformação social e política, que influenciou o curso da história da humanidade.
A Arte Grega
Os gregos antigos tinham uma cultura rica e bela, com uma grande variedade de expressões artísticas que refletiam sua religiosidade e seus valores. Em seus templos, podiam ser encontradas várias esculturas que representavam as formas das provisões gregas.
No começo, as estátuas gregas tiveram forte influência dos padrões estéticos egípcios. Eram construídas para homenagear atletas ou soldados mortos no campo de batalha. Porém, com o tempo, a escultura grega evoluiu e seu consumo aumentou no período clássico.
As formas se tornam mais realistas, com maior expressividade no movimento, volume e proporções.Nessa época, o escultor Fídias deixou sua marca em Atenas com várias estátuas e monumentos.
Ao longo da dominação macedônica, os gregos tiveram contato com outras culturas e o gosto do imperador Alexandre pelo desenvolvimento das expressões artísticas abriu caminho para possibilidades estéticas bastante complexas.A escultura desse período também se preocupou em reproduzir os sentimentos humanos, como o medo, a dor e a angústia.
A arquitetura grega também apresentou técnicas de construção bastante inovadoras. Em várias obras, pude-se observar o uso de pedras talhadas que se encaixavam umas nas outras, dispensando o uso da argamassa.
Os templos eram divididos em três partes: o vestíbulo, a sala do deus e o tesouro.As colunas ornamentavam as construções do período e apresentavam estilos diferentes: o dórico, o jônico e o coríntio.
O teatro grego era uma expressão artística muito importante, pautada pelo culto ao deus Dionísio. Durante cinco dias, três poetas competiam, cada um apresentando três tragédias e uma peça satírica. As cerimônias foram iniciadas com um tratamento de purificação e ofertas de libações.
O público, de cerca de 17 mil pessoas, atende às peças em anfiteatros construídos com minucioso cuidado acústico e projetado.
Os gregos perderam um grande legado para a humanidade em termos de arte e cultura. Suas expressões artísticas refletem seus valores religiosos e sua busca pela harmonia, beleza e simplicidade. Eles aprenderam a explorar as técnicas e inovações em escultura, arquitetura e teatro para criar obras que inspiram e encantam até hoje.
Filosofia Grega
Há cerca de 2.500 anos, na Grécia Antiga, surge uma atividade que se tornaria fundamental para a história do pensamento ocidental: a filosofia. Naquela época, a sociedade grega era formada por diversas cidades-Estado independentes, cada uma com suas próprias características e particularidades.
No entanto, havia algo que todas elas tinham em comum: uma rica cultura que valorizava a poesia, a religião e a política.
Foi nesse contexto que viveram os primeiros filósofos, que se dedicaram a investigar a natureza do universo e do homem de forma racional e sistemática. O primeiro período da filosofia grega foi o pré-socrático, que se estendeu do século VII ao V aC Os filósofos desse período se interessavam pela physis, ou seja, pela natureza, e buscavam compreender suas leis e princípios.
No final do século V aC, surgiu o período socrático, que é considerado o apogeu da filosofia grega. Nessa época, o filósofo Sócrates se dedicava a investigar o homem e sua atividade política, técnica e ética. Foi ele quem inaugurou a chamada filosofia moral, que buscava compreender como o homem deveria agir para ser feliz e virtuoso.
Depois de Sócrates, viveram diversos filósofos que tentaram unificar as diferentes teorias do passado. Esse período é conhecido como pós-socrático e se estendeu do século IV ao III aC Já o período helenístico, que se iniciou no século III aC e se estendeu até o século VI dC, foi marcado pela influência romana e pelo incentivo dos Padres da Igreja .
Nessa época, os filósofos se dedicaram a compreender as relações entre o homem, a natureza e Deus.
Ao longo dos séculos, a filosofia grega influenciou diversas áreas do conhecimento, desde a ciência e a política até a arte e a religião. Cada uma das escolas e filósofos que morreram nesse período deixaram sua marca na história do pensamento ocidental e continuam sendo estudados e debatidos até os dias de hoje.
A Religião Grega
A religião grega era dividida em duas expressões: a religião pública, que era conhecida pelos poemas de Homero, e a religião dos mistérios, praticada em círculos restritos por aqueles que não acreditavam ser religião pública suficiente.
Entre os “mistérios”, o Orfismo era o que mais importava para o nascimento da filosofia grega. Essa religião inaugurou uma concepção da existência humana distante do naturalismo: enquanto a religião pública pensava o homem mortal, o Orfismo opunha corpo e alma, sendo que o corpo seria mortal, mas não a alma.
As filosofias de Pitágoras, Heráclito, Empédocles e Platão eram tributárias do Orfismo.
Um outro aspecto importante da religião grega era a inexistência de um livro sagrado. Os poetas desempenhavam um papel fundamental na disseminação das crenças, porém, com uma abordagem não dogmática, sem uma autoridade que reivindicasse o direito de preservar os dogmas.
Consequentemente, os pensadores gregos não encontraram obstáculos por parte da religião que limitassem sua liberdade de expressão e de reflexão.
Observando o desenvolvimento da cultura grega, é possível perceber que a religião ocupava um lugar de destaque. Os gregos eram politeístas e cada um de seus deuses portava poderes sobrenaturais e tinha comportamentos de traços visivelmente humanos.
Muitos desses significados estavam relacionados a uma série de histórias que tinham por função explicar vários dados da realidade. A mitologia grega surgiu a partir desse trajeto.
De acordo com o pensamento mitológico grego, Gaia (a Terra) e Urano (o céu) se uniram e deram origem aos gigantes, ciclopes e titãs. Cronos, um dos titãs mais jovens, assumiu o domínio dos céus de seu pai e adotou a prática de devorar seus próprios filhos, temendo um golpe semelhante.
Entretanto, Rea, esposa de Cronos, decidiu poupar seu filho Zeus, escondendo-o cuidadosamente numa caverna na ilha de Creta.
Ao atingir a idade adulta, Zeus obrigou seu pai a regurgitar todos os seus irmãos que já haviam sido consumidos. Com o auxílio desses irmãos, ele conseguiu aprisionar Cronos no inferno e dividir o controle de todo o universo com seus irmãos.
Deméter se tornou a deusa da Terra; Poseidon cuidava das éguas; Hades foi empossado como o deus dos infernos; e Hera tornou-se a esposa de Zeus, o deus supremo de todos os deuses.
O titã Prometeu foi designado para criar os seres humanos a partir do barro. A raça humana vivia como os outros animais e não tinha nenhuma condição de superar sua condição lastimável. Penalizado com a situação dos homens, Prometeu furtou o fogo de Zeus para que os homens pudessem aprimorar sua existência.
Apesar de bem intencionado, Prometeu acabou punido por Zeus, que o aprisionou no alto de uma montanha onde tinha seu fígado devorado diariamente.
Concluindo
E assim chegamos ao fim dessa fascinante jornada pela civilização grega. Espero que você tenha aprendido tanto quanto a gente aqui durante essa experiência. Desde a filosofia à arte, da mitologia à política, a Grécia antiga nos deixou um legado que continua a nos inspirar e nos inspirar até hoje.
Não importa se você é um estudante, um curioso ou um entusiasta da história, acredite que todos podemos aprender algo com a rica e complexa história da Grécia antiga.
Agradecemos por ter acompanhado até aqui e nos vemos na próxima civilização!
Confira a história completa no vídeo:
