Ao longo dos séculos, a história e a cultura dos celtas têm sido um enigma, uma vez que sua tradição oral prevaleceu e deixou poucos registros escritos. No entanto, por meio de disciplinas como arqueologia, linguística e mitologia, os estudiosos contemporâneos têm descoberto um tesouro de informações sobre essa civilização ancestral.
Neste vídeo, vamos explorar diversos aspectos da vida cotidiana dos celtas: suas crenças religiosas, sua notável produção artística e artesanal, além de sua complexa organização social e política. Adentraremos também nos mitos e lendas que envolvem os celtas, incluindo suas conexões com o mundo da magia e do sobrenatural. Convidamos você a nos acompanhar nessa jornada épica, enquanto desvendamos os segredos da civilização celta e descobrimos sua impressionante contribuição para a história e a cultura europeias.
Origens Celtas
Durante a Idade do Bronze final e a Idade do Ferro, os antigos celtas constituíam diversos grupos tribais que habitavam partes da Europa Ocidental e Central, abrangendo aproximadamente o período de 700 a.C. a 400 d.C. Embora não tenham formado um estado unificado, essas tribos e sua cultura se estendiam por uma vasta área, desde Portugal até a Turquia.
A Idade do Ferro europeia foi um período marcado por intensa interação cultural, comércio, relações diplomáticas, conflitos e movimentos migratórios. Os estudiosos geralmente concordam que a cultura celta teve suas origens em três grupos culturais anteriores, estreitamente relacionados e sobrepostos. O primeiro desses grupos foi a cultura Urnfield, que floresceu por volta de 1300 a.C. na região do alto Danúbio. No entanto, devido à falta de evidências arqueológicas, pouco se sabe sobre esses povos.
O segundo grupo proto-céltico foi a cultura Hallstatt, nomeada após o local homônimo na Alta Áustria, que existiu entre 1200 a.C. e 450 a.C., atingindo seu auge entre os séculos VIII e VI a.C. A cultura Hallstatt se difundiu por meio de diversos mecanismos, como comércio, alianças tribais, casamentos mistos, imitação e migração.
O terceiro grupo, conhecido como cultura La Tène, é caracterizado por sua habilidade na metalurgia, oferendas em fontes de água, depósitos de armas em túmulos e arte estilizada com desenhos em espirais, padrões geométricos e motivos vegetais. Além disso, há muitas evidências de um amplo e sofisticado sistema de comércio entre os centros da cultura La Tène e os estados mediterrâneos.
Declínio e Legado
Durante os séculos II e I a.C., os celtas enfrentaram um aumento da competição por recursos e oportunidades comerciais, o que levou à construção de oppida – assentamentos fortificados localizados em áreas defensáveis, como colinas ou planícies próximas a rios. Ao longo desse período, as comunidades celtas foram gradualmente influenciadas e absorvidas pela cultura romana, enfrentando ataques diretos contra figuras importantes, como os druidas. No entanto, em regiões mais isoladas, como a Irlanda e o norte da Grã-Bretanha, os celtas conseguiram sobreviver, preservando suas tradições, que continuaram a prosperar e se manifestar por meio de poemas épicos, arte com influência cristã, broches penanulares e cruzes de pedra.
Sociedade Celta
A sociedade celta deixou poucos registros escritos, o que nos obriga a recorrer a relatos indiretos de autores clássicos e evidências arqueológicas como as únicas fontes disponíveis para entender suas características.
Sabe-se que a maioria das comunidades celtas era agrícola e vivia em áreas rurais, com uma clara hierarquia liderada por reis, rainhas ou um grupo aristocrático cuja riqueza era baseada na posse de terras. Abaixo deles, havia diversos grupos divididos por habilidades e funções, incluindo guerreiros, druidas, artesãos especializados e comerciantes, incluindo estrangeiros. A grande maioria da população consistia em artesãos e agricultores de baixa qualificação, enquanto os escravos ocupavam a base da sociedade.
Algumas mulheres também desempenhavam papéis de liderança, como Cartimandua, governante da tribo Brigantes no norte da Inglaterra durante o século I d.C., e Boudicca, rainha da tribo Iceni, que liderou uma revolta de várias tribos contra a ocupação romana em 60 d.C. Algumas mulheres também foram enterradas com bens preciosos, indicando que eram tratadas de maneira semelhante aos homens.
Arte e Cultura celta
Além da língua e das práticas religiosas, a arte é outra característica comum dos celtas em toda a Europa. Essa arte foi influenciada pelas culturas indígenas da Idade do Ferro, bem como por culturas vizinhas e parceiros comerciais, como trácios, citas, gregos, etruscos e romanos. Os celtas utilizavam uma variedade de materiais em sua arte, incluindo cerâmica, pedra, ferro, bronze e ouro.
A decoração frequentemente envolvia o uso de materiais exóticos importados, como vidro, coral e âmbar. A técnica de repuxo era comumente empregada para criar relevos em metais. Entre os objetos de arte característicos dos celtas, podemos citar caldeirões ornamentados, escudos de bronze celtas, torques de ouro e estatuetas de animais.
A crescente competição entre as tribos celtas na busca por recursos necessários para o comércio teve consequências adicionais, como a adoção de sepulturas planas e a cunhagem de moedas pelos celtas. A ascensão de uma elite cada vez mais rica também teve impacto no cenário mais amplo do continente, uma vez que os celtas começaram a admirar a riqueza de seus parceiros comerciais e vice-versa.
Religião celta
A religião celta foi amplamente praticada na Europa durante a Idade do Ferro e na era pré-cristã. Os celtas eram um povo tribal que habitava uma extensa região, incluindo a atual Irlanda, Grã-Bretanha e Europa Central. Embora haja poucos registros escritos sobre essa religião, as evidências arqueológicas e históricas nos fornecem uma compreensão geral das crenças e práticas religiosas dos antigos celtas.
Entre as divindades celtas, há algumas que se destacam, como Dagda, Danu, Morrigan, Lugh, Cernunnos e Brigid, cujos nomes são mais conhecidos. No entanto, isso não diminui a importância de outras divindades da mitologia irlandesa, como Bres, Medb ou Epona.
De acordo com relatos de Poseidonius e outros autores clássicos, a religião e a cultura dos gauleses eram representadas por três classes profissionais distintas: os druidas, os bardos e uma ordem intimamente relacionada aos druidas, conhecida como vates gauleses. Essa hierarquia tripla pode ser observada tanto na Irlanda quanto no País de Gales, mas é mais bem representada na antiga tradição irlandesa, com seus druidas, filidh (singular fili) e bardos; os filidh correspondem aos vates gauleses.
Quanto aos festivais religiosos dos celtas, na Irlanda, o ano era dividido em dois períodos de seis meses pelas celebrações de Beltane (1º de maio) e Samhain (1º de novembro). Cada um desses períodos era igualmente dividido pelas celebrações de Imbolc (1º de fevereiro) e Lughnasadh (1º de agosto).
A conversão ao cristianismo teve um impacto significativo nesse sistema sócio-religioso a partir do século V, embora o verdadeiro caráter desse processo possa ser deduzido apenas a partir de documentos datados posteriormente. No início do século VII, a igreja conseguiu reduzir os druidas a uma posição de pouca relevância, enquanto os filidh, que eram mestres do conhecimento tradicional, passaram a trabalhar em harmonia com seus homólogos clericais, embora também preservassem uma parte significativa de sua tradição pré-cristã, status social e privilégios.
Confira o vídeo completo com toda história da civilização Celta abaixo:
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