Na mitologia suméria, Enlil é considerado um dos deuses mais importantes. Ele era o deus do ar, do vento, da tempestade e da agricultura, além de ser conhecido como o “Senhor da Terra” e considerado o criador do mundo. Ele era filho mais velho dos deuses Anu e Ki e casado com a deusa Ninlil, que era a deusa da fertilidade. Juntos, eles tiveram vários filhos, incluindo os deuses Nanna, Inanna e Utu.
O Papel de Enlil na Criação e na Agricultura
Enlil desempenhou um papel vital no mito da criação, separando seus pais An (céu) de Ki (terra), tornando a terra habitável para os humanos. Sua respiração era dita como responsável pela criação do vento, das tempestades e dos furacões.
Ele também é conhecido por ter criado um dilúvio para exterminar a raça humana porque eles faziam muito barulho e o impediam de dormir. Além disso, Enlil era considerado o inventor da enxada, uma ferramenta manual usada na agricultura, e o patrono da agricultura.
Características
Enlil, Anu e Enki compunham uma tríade que governava o Céu, a Terra e o Mundo Inferior ou, alternativamente, os céus, o céu e a atmosfera e a terra. Ele era um importante deus do tempo, frequentemente rezado e adorado na esperança de um bom tempo para uma boa colheita.
Como detentor das Tábuas do Destino, ele era o Senhor do panteão sumério depois de 2500 a.C. e adorado pelos acadianos c. 2334-c. 2083 a.C. Posteriormente, foi absorvido pelo deus Marduk durante o reinado de Hammurabi (1792-1750 a.C.). Enlil era amplamente venerado em toda a Mesopotâmia, embora seu centro de culto fosse em Nippur.
Enlil era descrito como o “Senhor do Universo” e o “Rei dos Deuses”. Embora fosse frequentemente retratado como um deus severo, que controlava os elementos da natureza e impunha sua vontade sobre o mundo, Enlil também era responsável por trazer a chuva e garantir boas colheitas, tornando-o um deus essencial para a sobrevivência da civilização suméria.
Ele era frequentemente associado à tempestade e ao trovão, e muitas vezes era invocado em tempos de necessidade, como durante secas ou quando se temia a invasão de inimigos. Enlil também era visto como um juiz justo que punia os maus e recompensava os bons.
Culto e Devoção
A cidade de Nippur desempenhou um papel central no culto ao deus, cujo templo e zigurate eram conhecidos como “a Casa da Montanha”. Esse local era descrito como “brilhante” e magnífico no hino Enlil no E-Kur. Embora Nippur fosse o epicentro de sua adoração, Ele também recebia homenagens em outras cidades, incluindo Babilônia e várias outras.
Enlil detinha uma posição única na mitologia mesopotâmica, com acesso direto a Anu, a divindade que governava o universo. Ele era altamente respeitado por essa posição privilegiada, mas ao mesmo tempo, suas decisões pareciam ser incontestáveis, às vezes até mesmo sem considerar a influência de Anu. A relação entre Enlil e Anu pode, por vezes, parecer ambígua.
A adoração a Enlil remonta aos primórdios do período dinástico I (por volta de 2.900-2.800 a.C.), ganhando força durante o Império Acadiano (2.334-2.218 a.C.). Essa veneração continuou até que Enlil fosse gradualmente absorvido e assimilado pelo deus Marduk durante o reinado de Hamurabi na Babilônia (1792-1750 a.C.).
No entanto, mesmo após essa fusão, Enlil permaneceu uma figura venerada em toda a Mesopotâmia. Portanto, não surpreende que diferentes narrativas, provenientes de diversas regiões e épocas, tenham retratado Enlil de maneiras variadas, enriquecendo sua rica e complexa história.
Resumindo
Enlil é um deus complexo e multifacetado na mitologia suméria, adorado por sua influência sobre a natureza e a agricultura, bem como por sua capacidade de manter a ordem no mundo. Seu culto sobreviveu por séculos e sua influência pode ser vista em muitas outras culturas da região. Enlil é um exemplo do rico panteão de divindades que surgiram na antiga Mesopotâmia.
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Referências:
Leeming, D. (2005). The Oxford Companion to World Mythology. Oxford University Press.
Dalley, S. (2000). Myths from Mesopotamia: Creation, The Flood, Gilgamesh, and Others.
