Explorando a Riqueza Cultural e os Mistérios do Codex Borgia: Uma Janela para a Civilização Pré-Colombiana Asteca
O Codex Borgia ou Códice Borgia é um dos poucos manuscritos pré-colombianos que sobreviveram à destruição causada pela conquista espanhola do México. Ele é um documento pictórico que revela aspectos da cultura, religião, calendário e ritual dos povos do centro do México, possivelmente produzido na região de Puebla por volta do século XVI.
O manuscrito é feito de peles de animais dobradas em 39 folhas, pintadas em ambos os lados, formando um livro em forma de sanfona com quase 11 metros de comprimento. As imagens são coloridas e detalhadas, representando deuses, sacerdotes, sacrifícios, ritos, símbolos astronômicos e numéricos. O códice é uma fonte importante para o estudo da iconografia, mitologia e cosmovisão dos antigos mexicanos.
Ele recebeu o nome do cardeal italiano Stefano Borgia, que o adquiriu no século XVIII e o guardou em sua coleção particular até sua morte em 1804, quando foi transferido para a Biblioteca do Vaticano. O códice faz parte do chamado Grupo Borgia de manuscritos, que compartilham características estilísticas e temáticas similares. Outros membros desse grupo são os códices Cospi, Fejérváry-Mayer, Laud e Vaticanus B.
Os Quatro Manuscritos do Códice Borgia
Os códices Cospi, Fejérváry-Mayer, Laud e Vaticanus B são quatro manuscritos pictóricos que pertencem ao chamado Grupo Borgia, um conjunto de manuscritos pré-hispânicos de origem mesoamericana que têm em comum o tema divinatório e o estilo artístico.
Estes códices foram elaborados por povos nahuas do leste do México, provavelmente na região de Tlaxcala-Puebla-Norte de Oaxaca, entre os séculos XIII e XVI. Eles são testemunhos valiosos da cultura e da religião desses povos, que foram submetidos à conquista espanhola no século XVI.
O Códice Cospi
O códice Cospi é um dos poucos manscritos que se conservam na Itália, na Biblioteca Universitária de Bolonha. Ele tem 20 folhas de pele de veado, pintadas em ambos os lados, com uma dimensão total de 3,45 metros.
Ele é dividido em duas partes: a primeira, que ocupa as folhas 1 a 14, contém um calendário ritual de 260 dias, chamado tonalpohualli, no qual cada dia é representado por um glifo numérico e um glifo nominal. A
segunda parte, que vai das folhas 15 a 20, mostra uma série de deuses e rituais associados aos meses do calendário solar de 365 dias, chamado xiuhpohualli. O códice Cospi é considerado um dos mais antigos do grupo Borgia e um dos mais bem preservados.
O Códice Fejérváry-Mayer
O códice Fejérváry-Mayer se encontra na Inglaterra, no World Museum de Liverpool. Ele tem 23 folhas de pele de veado, pintadas em ambos os lados, com uma dimensão total de 4,15 metros. É composto por três seções: a primeira, que ocupa as folhas 1 a 17, contém um almanaque divinatório baseado no tonalpohualli, no qual cada dia é associado a uma imagem de um deus ou de um animal.
A segunda seção, que vai das folhas 18 a 21, mostra quatro quadrantes com diferentes cenários cosmológicos e mitológicos. A terceira seção, que abrange as folhas 22 e 23, apresenta dois diagramas circulares relacionados ao movimento do sol e da lua, e é considerado um dos mais complexos e enigmáticos do grupo Borgia.
O Códice Laud
O códice Laud é também se encontra na Inglaterra, na Bodleian Library da Universidade de Oxford. Ele tem 24 folhas de pele de veado, pintadas em ambos os lados, com uma dimensão total de 3,75 metros. O manuscrito é formado por duas partes: a primeira, que ocupa as folhas 1 a 18, contém um almanaque divinatório baseado no tonalpohualli, no qual cada dia é associado a uma imagem de um deus ou de um símbolo.
A segunda parte, que vai das folhas 19 a 24, mostra seis páginas com figuras geométricas e numéricas que representam os ciclos astronômicos e calendáricos, sendo considerado um dos mais coloridos e originais do grupo Borgia.
O Códice Vaticanus B
O códice Vaticanus B pode ser encontrado na Itália, na Biblioteca Apostólica Vaticana. Ele tem 27 folhas de pele de veado ou coelho (não se sabe ao certo), pintadas em ambos os lados, com uma dimensão total de 5 metros.
O manuscrito é constituído por quatro seções: a primeira, que ocupa as folhas 1 a 13, contém um almanaque divinatório baseado no tonalpohualli, no qual cada dia é associado a uma imagem de um deus ou de um elemento natural.
A segunda seção, que vai das folhas 14 a 18, mostra cinco páginas com figuras geométricas e numéricas que representam os ciclos astronômicos e calendáricos.
A terceira seção, que abrange as folhas 19 a 25, apresenta sete páginas com imagens dos deuses e rituais associados aos meses do xiuhpohualli.
A quarta seção, que compreende as folhas 26 e 27, exibe duas páginas com figuras relacionadas à agricultura e à guerra. Ele é considerado um dos mais completos e detalhados do grupo Borgia.
Resumindo
O Codex Borgia é um tesouro da arte e da história mexicanas, que nos permite conhecer melhor a vida e a visão de mundo de uma civilização que foi quase apagada pelos conquistadores espanhóis. Ele é um testemunho da criatividade e da sabedoria dos povos pré-colombianos, que souberam expressar em imagens sua complexa relação com o sagrado e o natural.
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Referências:
Domenici D., Brunetti B.G., Miliani C., Sgamellotti A., Non-invasive investigations on Mesoamerican codices: the MOLAB approach (2020), Rendiconti Lincei Scienze Fisiche e Naturali
Non-invasive investigations on Mesoamerican codices: the MOLAB approach (2020), Rendiconti Lincei Scienze Fisiche e Naturali