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Chalchiuhtlicue, A Deusa Asteca da Água e das Correntezas

Chalchiuhtlicue, a deusa asteca da água e das correntezas

Conhecendo a Divindade Chalchiuhtlicue e o Papel Essencial da Deusa Asteca Como a Governante das Águas

Chalchiuhtlicue,  deusa asteca é uma das deidades mais importantes da mitologia asteca, sendo a deusa da água e das correntezas. Seu nome significa “saia de jade”, em referência ao seu vestido esverdeado e adornado com pedras preciosas. Sua figura é muito valorizada pela cultura asteca e está presente em muitos dos mitos e lendas da época.

A deusa Chalchiuhtlicue tem sua origem no México antigo, mais precisamente na cultura asteca que floresceu no território do atual México entre os séculos XIV e XVI. Os astecas eram um povo guerreiro que acreditava em uma complexa mitologia que explicava a origem do universo e das coisas que o compõem. Chalchiuhtlicue foi uma das deusas criadas pelos astecas para explicar a importância da água em sua vida cotidiana e nas atividades agrícolas.

 

Os Manuscritos Borgia

A deusa Chalchiuhtlicue é uma figura importante na mitologia e na religião asteca, e há diversos registros que mencionam sua presença e culto na cultura asteca. O Códice Florentino, por exemplo, é um importante documento escrito pelos astecas que contém informações sobre sua religião, história e costumes, e apresenta uma seção dedicada a Chalchiuhtlicue, onde é descrito seu papel como deusa das águas e das correntezas.

Codex Borgia
Chalchiuhtlicue no Codex Borgia, página 65. (Domínio Público)

O Codex Borgia, também conhecido como Codex Borgianus, é um manuscrito pictórico pré-colombiano da América Central México com conteúdo calendárico e ritual, datado do século XVI. Recebeu o nome do cardeal italiano do século 18, Stefano Borgia, que o possuía antes de ser adquirido pela Biblioteca do Vaticano após a morte do cardeal em 1804.

O Grupo de Manuscritos Borgia, do qual faz parte o Codex Borgia, é reconhecido como uma valiosa fonte para o estudo dos deuses centrais mexicanos, rituais, adivinhação, calendário, religião e iconografia. Este códice é um dos raros exemplos de manuscritos pré-colombianos que escaparam da destruição durante a conquista espanhola do século XVI.

 

Templos e Culto

Sua origem geográfica provável inclui as regiões de Cholula, Tlaxcala, Huejotzingo ou a área mixteca de Puebla. No entanto, a afiliação étnica específica de sua criação não é clara, podendo ter sido produzido pelos povos tlaxcaltecas de língua náuatle, pelos cholultecas ou pelos mixtecas.

Além disso, o Templo Mayor, o principal centro religioso da cidade asteca de Tenochtitlán, abrigava diversas representações de Chalchiuhtlicue, incluindo estátuas e relevos em pedra. Outros sítios arqueológicos também fornecem evidências da presença da deusa, como Tula, onde foi encontrada uma estátua de Chalchiuhtlicue usando um manto de folhas de maiz, e Teotihuacán, onde há uma estrutura conhecida como “Templo de la Deidad de la Agua”, possivelmente dedicada a ela.

O Templo de Tenayuca, um importante centro religioso asteca na Cidade do México, também é um local onde foram encontradas diversas esculturas de pedra representando Chalchiuhtlicue, incluindo uma que mostra a deusa com um vestido de folhas de maiz e uma serpente enrolada em seus braços.

 

O Papel da Deusa na Mitologia

Na mitologia asteca, Chalchiuhtlicue era a irmã de Tláloc, o deus da chuva, e juntos eles governavam as águas. Acredita-se que a deusa tinha o poder de controlar as correntezas e os rios, sendo assim uma figura importante para os pescadores e navegantes. Além disso, acreditava-se que Chalchiuhtlicue era responsável por fertilizar a terra e garantir boas colheitas, já que as águas eram essenciais para a agricultura.

Um dos mitos mais conhecidos envolvendo Chalchiuhtlicue conta a história da grande inundação que assolou a Terra. Segundo a lenda, a deusa teria se zangado com os humanos por não oferecerem sacrifícios suficientes para ela e para Tláloc. Para puni-los, ela decidiu enviar uma enchente que destruiria tudo o que encontrasse pela frente. O deus Tezcatlipoca, porém, interferiu na situação e convenceu Chalchiuhtlicue a cessar a inundação em troca de uma nova oferta de sacrifícios.

 

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Referências:

Carrasco, David. Daily Life of the Aztecs. Greenwood Press, 1998.

Miller, Mary, and Karl Taube. An Illustrated Dictionary of the Gods and Symbols of Ancient Mexico and the Maya. Thames & Hudson, 1997.

Townsend, Richard F. The Aztecs. Thames & Hudson, 2009.

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