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Baco: O Deus Romano do Vinho e da Celebração

Na antiga mitologia romana, Baco era o deus associado ao vinho, à celebração, à fertilidade e à liberdade. Também conhecido como Dionísio na mitologia grega, ele era amplamente adorado pelos romanos e considerado um dos deuses mais importantes de seu panteão.

 

A Origem do Deus do Vinho

Baco, na mitologia romana, era filho de Júpiter e da mortal Semele, que por sua vez era filha de Cadmo, o rei da Fenícia, e Concórdia, a deusa da harmonia. Júpiter, ciente de que um mortal não podia contemplar um deus em sua verdadeira forma, visitava Semele disfarçado todas as noites.

No entanto, a ciumenta Juno, conhecendo as infidelidades do marido, decidiu agir. Ela se disfarçou como a antiga enfermeira de Semele, Beroe, e obteve informações sobre as visitas de Júpiter e seu charme pessoal. Num encontro subsequente com Júpiter, Semele pediu-lhe para se revelar em sua forma divina, apesar das relutâncias iniciais do deus.

Ao fazê-lo, Júpiter retornou “envolto em trovões e relâmpagos”, o que levou Semele a ser consumida pelo fogo ao vê-lo em sua forma divina, reduzindo seu palácio a cinzas. Felizmente, Júpiter conseguiu salvar seu filho ainda não nascido, prendendo-o à sua coxa.

Contudo, com Juno ainda enfurecida e desejando vingança contra Júpiter, o pequeno Baco continuava em perigo. O bebê foi entregue a Mercúrio, que o confiou a Ino, irmã de Semele e esposa de Atamas, um rei da Beócia. No entanto, o cuidado de Ino com a criança seria de curta duração.

Ao descobrir o paradeiro da criança, Juno planejou punir tanto Ino quanto seu marido. Sua ira estava voltada para a tia de Baco, que havia tomado a criança para criá-la junto com seus próprios filhos.

 

As Aventuras de Baco

À medida que o jovem deus Baco amadurecia, ele fez uma descoberta importante: a videira. Acredita-se que ele tenha sido o pioneiro na arte de produzir vinho. Impressionado com o prazer que as pessoas obtinham com a bebida que criara, Baco empreendeu uma série de jornadas que o levaram pelo Mediterrâneo e até os confins do oriente, incluindo a Síria, o Egito, a Arábia e a Índia.

Em suas andanças, ele plantava vinhas e ensinava as técnicas de cultivo. Frequentemente, ele era representado cavalgando uma pantera e empunhando uma lança conhecida como tirso, que também servia como um cetro. Ele viajava em uma carruagem puxada por leões, tigres, panteras e linces, todos animais sagrados para ele.

Durante suas viagens, Baco atraiu seguidores, tanto divinos quanto mortais. Suas seguidoras, em sua maioria indisciplinadas, eram chamadas de Bacantes. Infelizmente, os seguidores de Baco e seus festivais, conhecidos como bacanais, não foram bem recebidos em muitas regiões.

Em Roma, o culto a Baco tornou-se secreto e passou a operar na clandestinidade por um período, com seus altares até mesmo sendo ordenados a serem suprimidos. Embora Roma eventualmente tenha aceitado a adoração a Baco, o mesmo não pode ser dito sobre Licurgo da Trácia, que expulsou as seguidoras de Baco, as ninfas de Nisa.

Normalmente um deus pacífico, Baco podia se tornar vingativo e irado quando provocado. Ele levou Licurgo à insanidade, ao ponto de o rei saltar no mar. Por sorte, ele foi resgatado pelas mãos da ninfa marinha Tétis. Embora Licurgo tenha expiado seus atos, Baco o puniu com a perda da razão, e ele acabou matando um de seus próprios filhos, Dryas.

Michelangelo — Baco. Museo del Bargello, Florença, Itália. (Baco com Pan) (Domínio Público)

Culto a Baco e Suas Celebrações

O culto a Baco era caracterizado por festas extravagantes e rituais emocionantes. Os seguidores de Baco, conhecidos como bacantes ou mênades, realizavam procissões chamadas de “bacanais”, nas quais dançavam e cantavam em louvor ao deus. Essas festas eram frequentemente acompanhadas por consumo excessivo de vinho, música alta e danças frenéticas.

Os rituais de adoração a Baco eram considerados uma forma de escapismo e liberação das preocupações cotidianas. Durante as celebrações, os participantes acreditavam que o deus concedia a eles uma espécie de êxtase divino, transcendendo suas vidas mundanas e proporcionando um senso de alegria e comunhão espiritual. O culto também era associado à fertilidade e à renovação, simbolizando o ciclo da natureza e a abundância que o vinho trazia.

Embora o culto a Baco fosse amplamente aceito e celebrado na sociedade romana, houve momentos em que ele foi proibido ou limitado. No século II a.C., o Senado Romano restringiu o seu culto devido a preocupações com os excessos e desordens associados às celebrações. Essas restrições foram aliviadas posteriormente, e o culto a Baco continuou a desempenhar um papel importante na cultura romana.

 

Resumindo

Baco, o deus romano do vinho e da celebração, era reverenciado pelos romanos como um símbolo de alegria, liberdade e fertilidade. Sua associação com o vinho e as festividades o tornou uma figura central nas tradições e crenças romanas. O culto ao deus proporcionava aos seguidores uma forma de escapismo e êxtase, onde eles podiam se conectar com o divino e experimentar uma sensação de comunhão espiritual.

 

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Referências:

Hornblower, Simon, and Antony Spawforth. The Oxford Classical Dictionary. Oxford University Press, 2014.

Beard, Mary. SPQR: A History of Ancient Rome. Liveright Publishing, 2015.

Price, Simon. Religions of Rome: A History. Cambridge University Press, 1998.

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