As 5 Cidades Mais Antigas da História já Descobertas: Uma Jornada Fascinante pelo Passado Urbano da Humanidade
Até recentemente, a perspectiva arqueológica da história predominante sobre a origem das vilas e cidades era bastante sólida. Acredita-se que as pessoas abandonaram seu estilo de vida nômade para se estabelecerem e se dedicarem à agricultura ou criação de animais em cercados.
No entanto, a descoberta de Gobekli Tepe, na Turquia, desafiou essa ideia ao sugerir que as pessoas se estabeleceram próximo a monumentos religiosos. Independentemente da verdade, a Revolução Neolítica marcou um período significativo na história da humanidade, quando as pessoas abandonaram a vida de caçadores-coletores e estabeleceram vilas que eventualmente se tornaram cidades. Essas foram as primeiras cidades da civilização humana.
1 – Ain Ghazal
Um exemplo notável é Ain Ghazal, um antigo assentamento localizado a leste da cidade de Jericó. Sua fundação remonta a cerca de 10.300 a.C., e por volta de 7.000 a.C., Ain Ghazal estava no auge de sua existência. Apesar de abrigar apenas 3.000 habitantes, era quatro vezes maior do que Jericó, sua contemporânea.
Situado às margens do rio Warqa, na atual Jordânia, Ain Ghazal foi construído em um terreno com terraços. Inicialmente, era um assentamento pré-cerâmico, composto por casas retangulares feitas de tijolos de barro, cada uma com dois cômodos.
A rica ecologia ao redor do local possibilitava uma agricultura e caça produtivas, proporcionando aos habitantes de Ain Ghazal uma dieta surpreendentemente variada. Um aspecto notável da cultura de Ain Ghazal são as numerosas estátuas descobertas até o momento, totalizando 195.
Essas estátuas retratam seres humanos e animais, possivelmente relacionadas a rituais e práticas religiosas. As estátuas humanas, geralmente de tamanho médio, apresentam cabelos e roupas pintadas, além de tatuagens ornamentais ou pintura corporal. Conchas de búzios eram utilizadas como olhos. Vale destacar que três das estátuas encontradas possuem duas cabeças.
Assim como em Çatalhöyük, os mortos em Ain Ghazal eram frequentemente enterrados sob o chão das casas. Após a decomposição da carne, os crânios eram removidos e decorados. No entanto, nem todos os indivíduos eram enterrados com cerimônias adequadas, como evidenciado pelos achados arqueológicos que indicam que a maioria das pessoas foi sepultada em poços, juntamente com o lixo.
2 – Çatalhöyük
Çatalhöyük, uma antiga cidade localizada no sul da Anatólia, Turquia, foi possivelmente a primeira cidade da história. Com uma população que chegou a 10.000 pessoas, não havia ruas ou prédios públicos identificáveis. Os telhados serviam como caminho principal pela cidade, com escadas que levavam a eles e aberturas para ventilação.
A cidade consistia em casas de tijolos de barro agrupadas intimamente, compartilhando paredes com os vizinhos. Os mortos eram enterrados sob o chão das casas, e os crânios eram frequentemente cobertos com argila e ocre para recriar o rosto, possivelmente para rituais. Murais eram comuns nos edifícios, e estatuetas semelhantes à Vênus de Willendorf foram encontradas.
A sociedade em Çatalhöyük era igualitária, sem distinção social entre homens e mulheres. A economia era agrária, com cultivo de cevada, ervilha, amêndoa e pistache, além da presença de ovelhas, cabras e uma indústria de cerâmica e ferramentas de obsidiana.
Por volta de 6.000 a.C., a cidade começou a declinar, com as pessoas partindo mais rápido do que novos imigrantes chegavam, até que eventualmente foi abandonada e entrou em colapso.
3 – Eridu
Ao mencionar as primeiras cidades da civilização humana, é impossível ignorar os sumérios. Eles foram pioneiros na construção de grandes cidades e são amplamente considerados como a primeira civilização do mundo, embora haja debates, com algumas afirmações de que o Egito foi o primeiro.
Dentre todas as cidades-estados sumérias, Eridu era reconhecida como a mais antiga. Fundada por volta de 5.400 a.C., próxima ao Golfo Pérsico e perto da foz do rio Eufrates, a cidade foi abandonada aproximadamente 4.800 anos depois. Durante esse longo período, a cidade passou por várias fases, sendo construída e reconstruída, resultando em múltiplas camadas que os arqueólogos exploraram.
A utilização de canais para irrigação era característica da primeira iteração da cidade, com cabanas de junco e edifícios de tijolos de barro. Eridu foi abandonada e reocupada diversas vezes, até que a invasão das dunas de areia e o aumento do nível salino na água levaram ao completo abandono do local.
4 – Uruk
Uruk, uma das primeiras cidades do mundo, foi fundada no 4º milênio a.C. e se tornou uma cidade-estado de grande importância. Durante seu auge, por volta de 3100 a.C., estima-se que abrigasse 40.000 pessoas, com até 90.000 habitantes vivendo nos arredores, tornando-se a cidade mais populosa da época.
De acordo com a lenda, Uruk foi governada por Gilgamesh em torno de 2800 a.C. Esta cidade, composta por edifícios de tijolos de adobe, era atravessada por uma extensa rede de canais. Esses canais estabeleceram uma conexão entre as fazendas vizinhas e a rede de comércio marítimo ao longo do rio Eufrates.
A importância de Uruk transcende sua população e infraestrutura. A cidade é famosa por suas contribuições culturais e literárias, notavelmente registradas no épico de Gilgamesh, uma das primeiras obras literárias conhecidas da humanidade. Além disso, Uruk desempenhou um papel crucial no desenvolvimento da escrita cuneiforme, um dos primeiros sistemas de escrita da história.
A pesquisa arqueológica em Uruk tem sido de grande importância para a compreensão do surgimento das cidades e da civilização humana. As escavações revelaram templos impressionantes, complexos residenciais, muralhas defensivas e evidências de uma economia complexa baseada na agricultura, comércio e produção de bens manufaturados.
Os achados arqueológicos em Uruk também revelaram a presença de uma estratificação social, indicando a existência de uma elite governante e uma sociedade estratificada.
5 – Mehrgarh
Por volta de 7000 a.C., os vestígios de uma das primeiras cidades da civilização humana podem ser encontrados na planície de Kacchi, no Baluchistão, Paquistão, conhecida como Mehrgarh. Este local é um dos primeiros do sul da Ásia a apresentar evidências de práticas agrícolas. Surge um debate sobre se a cultura e os costumes de Mehrgarh foram influenciados pela cultura neolítica do Oriente Próximo ou se o povo de Mehrgarh se desenvolveu de forma independente.
Além disso, há a proposição de que o povo de Mehrgarh seja ancestral das civilizações do Vale do Indo. Eles construíram habitações de tijolos de barro e cultivavam diversas culturas, como cevada, trigo, tâmaras e jujubas. Com o crescimento da cidade, houve um forte investimento na produção artesanal.
A fabricação de contas, curtumes, lâminas de sílex e metalurgia desempenharam um papel importante na economia local. Um dos achados mais significativos é o amuleto de cobre, o mais antigo exemplo conhecido de fundição por meio da técnica de cera perdida no sul da Ásia.
As estatuetas de cerâmica produzidas em Mehrgarh também possuem grande importância. Até aproximadamente 4000 a.C., apenas estatuetas femininas foram encontradas, sugerindo um possível significado religioso, talvez associado a uma adoração da “deusa mãe”.
As primeiras figuras apresentavam poucos detalhes, mas as figuras posteriores revelam características como penteados elaborados, representações de seios e mulheres segurando bebês. Esses achados apontam para uma cultura que expressava gestos simbólicos de veneração ao feminino.
A pesquisa contínua em Mehrgarh contribui significativamente para nossa compreensão das origens da agricultura, desenvolvimento urbano e práticas religiosas na região do sul da Ásia. A cidade de Mehrgarh desempenhou um papel crucial na transição da humanidade para uma sociedade agrária e é um testemunho fascinante dos primeiros passos em direção à civilização na região.
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