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Tonatiuh, O Deus Sol dos Astecas

Tonatiuh, o deus sol dos astecas

Tonatiuh, também conhecido como “Senhor Turquesa”, desempenhava o papel crucial do quinto sol na crença asteca sobre o cosmos. Ele era o feroz deus do sol nas culturas mesoamericanas pós-clássicas, incluindo os toltecas.

Os astecas acreditavam que apenas o fornecimento regular de corações de vítimas sacrificiais poderia alimentar Tonatiuh e garantir sua força para reinar supremo nos céus, lutando todas as noites contra as forças das trevas. A presença marcante do deus sol é mais notável na Pedra do Sol, uma das mais famosas obras de arte asteca, onde sua língua aparece como uma lâmina sedenta por sangue.

 

Origem

A ideia de um deus solar com habilidades marciais na Mesoamérica remonta à figura maia clássica de K’inich Ajaw. Na civilização zapoteca, localizada no vale de Oaxaca, sul do México, entre 500 a.C. e 900 d.C., Tonatiuh era conhecido como Copijcha ou Cocicho. Já a civilização tolteca, que prosperou no centro do México entre os séculos X e XII d.C., associou Tonatiuh a Quetzalcoatl, o deus da serpente emplumada.

Para os astecas, Tonatiuh também era chamado de Cuauhtlehuanitl (“Águia ascendente”) e Cuauhtemoc (“Águia descendente”). Seu nome no calendário asteca era Nahui ollin, que significa “4 Movimento”. Ele era o deus patrono do 19º dia do mês Quiahuitl (chuva) e o quarto dos 13 senhores astecas do dia, sendo associado a um sinal de “pássaro” que representa a codorna.

O sol era frequentemente associado ao ouro e, para os mixtecas, era feito de turquesa, razão pela qual Tonatiuh às vezes é referido como “Senhor Turquesa” (confusamente, Xiuhtecuhtli também é chamado de “Senhor Turquesa”, ele é o deus asteca do fogo). Tonatiuh era um deus guerreiro e feroz, tanto que os astecas até chamavam o conquistador cruel e implacável Pedro de Alvarado de Tonatiuh.

A página 71 do Codex Borgia retrata Tonatiuh (esquerda). (Domínio Público)

Tonatiuh no Mito da Criação Asteca

Os astecas acreditavam que o cosmos já havia passado por quatro estágios, cada um com seu próprio sol e seres. A era atual, para os astecas, era a do quinto e último sol, Tonatiuh. Segundo a mitologia, o deus nasceu a partir do sacrifício de Nanahuatzin, que se jogou no fogo em Teotihuacan, tornando-se assim o novo sol.

No entanto, havia um problema: Tonatiuh não podia mover-se pelo céu sem um sacrifício de sangue. Então, ele pisou em Tlahuizcalpantecuhtli, que os astecas associavam ao planeta Vênus como a ameaçadora estrela da manhã.

Tlahuizcalpantecuhtli, com raiva, lançou seu dardo atl-atl em direção a Tonatiuh para colocá-lo em órbita, mas o sol revidou arremessando um dardo de volta. Os outros deuses perceberam que apenas um sacrifício colocaria o sol em movimento, então Quetzalcoatl removeu seus corações para esse propósito. A oferta funcionou e Tonatiuh seguiu em seu caminho.

No entanto, Tlahuizcalpantecuhtli não havia desaparecido permanentemente, e a cada 584 dias ele ressurgia do mar oriental para lutar contra Tonatiuh mais uma vez. Por essa razão, o deus sol precisava ser fortalecido por meio de sacrifícios humanos, para que ele pudesse se alimentar com os corações das vítimas e, assim, vencer todas as noites contra Tlahuizcalpantecuhtli e as forças das trevas.

Os guerreiros estavam intimamente ligados a Tonatiuh, pois era responsabilidade deles garantir um suprimento constante de vítimas sacrificiais para o deus. Além disso, acreditava-se que os espíritos dos guerreiros mortos eram conduzidos para a próxima vida por Tonatiuh.

Devido ao papel vital do sol na harmonia do cosmos e à posição do governante asteca como chefe guerreiro, ele possuía seu próprio altar de sacrifício durante as cerimônias de coroação. Em tempos de grandes conflitos, como fome, seca e guerra, Tonatiuh podia receber o grande número de sacrifícios sangrentos pelos quais os astecas se tornaram famosos.

 

Representações Artísticas

Na arte, Tonatiuh é frequentemente representado como um disco solar simbólico, esculpido em monumentos e esculturas em grande escala. Durante as cerimônias de sacrifício realizadas em sua homenagem, uma pessoa imitava o deus usando um disco solar nas costas. Às vezes, o próprio Tonatiuh é retratado como um homem agachado com um grande disco nas costas.

Um exemplo desse último tipo de representação pode ser encontrado atualmente no Museu für Volkerkunde, em Basel, na Suíça. No disco solar, há o símbolo dos terremotos (ollin), que os astecas acreditavam ser a fonte da destruição do quinto cosmos.

As primeiras representações de Tonatiuh vêm da arte da civilização tolteca nos sítios de Ixtapantongo e Chichen Itza, ambos do período pós-clássico. Geralmente representado como vermelho, com um cocar de penas de águia e um disco solar com raios.

Alguns pesquisadores afirmam que o rosto central da famosa Pedra do Sol, encontrada na base do Templo Mayor na capital asteca de Tenochtitlan, é o rosto de Tonatiuh (embora outros acreditem que seja o sol noturno Yohualtecuhtli ou Tlaltecuhtli). A pedra de basalto, datada do século XV, tem 3,58 metros de diâmetro, 98 centímetros de espessura e pesa 25 toneladas.

A pedra do sol asteca. (Imagem: Wikimedia Commons CC BY-SA 3.0)

A representação na Pedra do Sol não se trata de um calendário, mas de um disco solar que simboliza os cinco mundos do cosmo asteca e que possivelmente foi utilizado como altar para sacrifícios. Atualmente, a pedra está em exibição permanente no Museu Nacional de Antropologia, na Cidade do México.

 

Resumindo

Tonatiuh, o deus sol dos astecas, era uma figura central na visão cosmológica dessa antiga civilização mesoamericana. Ele era considerado o quinto sol e o deus do sol para várias outras culturas da região. A oferta regular de corações de vítimas de sacrifício era necessária para alimentar Tonatiuh e garantir sua força para reinar nos céus e lutar contra as forças das trevas todas as noites. Sua representação artística, especialmente na Pedra do Sol, é uma das mais famosas da arte asteca.

Ele era um deus feroz e guerreiro, intimamente associado aos guerreiros astecas e ao ciclo de sacrifícios que faziam parte da vida religiosa e social dessa sociedade. Sua importância como deus do sol refletia-se no papel crucial que o sol desempenhava na crença asteca sobre a ordem cósmica e a prosperidade do mundo.

 

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