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Rá: O Deus Solar Do Antigo Egito

Ra, muitas vezes referido como Re, representa o deus solar da antiga civilização egípcia. Ele ocupa um lugar de destaque entre as mais antigas divindades do panteão egípcio e, em uma fase posterior, fundiu-se com outras deidades notáveis, como Hórus, formando a divindade conhecida como Ra-Horakhty, que personificava o sol da manhã.

Além disso, Ra também se mesclou com Amon, representando o sol do meio-dia, e Atum, simbolizando o sol da tarde, todos eles relacionados à energia vital e à criação primordial.

A palavra “Ra” tem origem na língua egípcia e significa “sol”. Como uma divindade solar, Ra representava não apenas o poder do sol, mas era também considerado uma manifestação do próprio sol. Ele era frequentemente imaginado como um grande deus que percorria os céus em sua barca durante o dia e que descia ao submundo ao pôr do sol.

Enquanto viajava pela escuridão sob a terra durante a noite, Ra enfrentava um desafio constante, uma serpente gigante chamada Apófis, também conhecida como Apep, que tentava impedir o amanhecer do sol, ameaçando assim destruir toda a vida na Terra.

 

O Mito da Criação de Rá

O Mito da Criação de Ra tem suas raízes na mitologia egípcia, onde, antes da criação, o Oceano Primitivo era envolto pelas Trevas, representando o vazio do qual a vida surgiria. Quando o momento propício chegou, Atum, uma entidade cósmica, determinou que era hora de iniciar o processo de criação.

Nesse momento, uma ilha emergiu das águas, destinada a sustentar essa divindade que se manifestaria na forma de Ra, o deus sol do Egito.

No cenário primitivo, Ra deu origem aos primeiros deuses, Shu (representando a secura e o ar) e sua companheira Tefnut (simbolizando a umidade), que, por sua vez, geraram outros deuses para completar o Cosmos. Entre esses deuses estava Geb, o deus da Terra, e Nut, a deusa do Céu.

A descendência de Geb e Nut deu origem aos Princípios da vida, incluindo Osíris, considerado o Ser Perfeito, que eventualmente governaria o restante do mundo, enquanto Ra estava ocupado nomeando os elementos que compõem a criação.

Vale mencionar que, de acordo com a lenda, a humanidade surgiu das lágrimas de Ra.

Rá em sua forma de cabeça de carneiro viajando pelo submundo em sua barca solar no Nilo subterrestre, da cópia do Livro dos Portões na tumba de Ramsés I (Domínio Público)

Culto e Adoração

O culto e a devoção a Ra têm suas raízes profundamente enraizadas na história egípcia. Sua primeira menção ocorre nos Textos das Pirâmides, que datam aproximadamente de 2.400 a 2.300 a.C., sendo as obras religiosas mais antigas do mundo.

Esses textos foram inscritos nos sarcófagos e nas paredes dos túmulos em Saqqara, e neles, Ra desempenha um papel significativo ao reunir a alma do rei e conduzi-la ao paraíso conhecido como Campo dos Juncos, navegando em sua barcaça dourada.

A adoração a Ra já estava profundamente estabelecida na época em que esses textos foram inscritos, sugerindo sua origem em uma tradição oral muito anterior. O epicentro de seu culto estava localizado na cidade de Iunu, também conhecida como Heliópolis, que tem o significado grego de “cidade do deus sol”.

Nos Textos das Pirâmides, Ra não é apenas retratado como o governante supremo dos deuses, mas também como aquele que conforta as almas recém-chegadas na vida após a morte. Além disso, ele é visto como a personificação da ordem e do equilíbrio divinos, desempenhando um papel vital na cosmovisão egípcia.

 

Resumindo

Em resumo, mesmo nos dias de hoje, no Egito moderno, que se mantém fascinado por sua antiga civilização, a história de Ra continua a ecoar. Os vestígios desse deus ainda estão presentes no folclore, onde seu olho ardente é evocado em canções populares e expressões locais.

Além disso, a palavra “Ra” permeia diversos aspectos da cultura contemporânea, desde produções cinematográficas de Hollywood até videogames. É evidente que a ressurreição desse antigo deus perdura tão previsivelmente quanto o nascer do sol no leste.

 

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Referências:

Wilkinson, Richard H. The Complete Gods and Goddesses of Ancient Egypt. Thames & Hudson, 2003.

Pinch, Geraldine. Egyptian Mythology: A Guide to the Gods, Goddesses, and Traditions of Ancient Egypt. Oxford University Press, 2004.

Redford, Donald B. The Oxford Essential Guide to Egyptian Mythology. Oxford University Press, 2003.

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