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Nut, a Deusa do Céu dos Egípcios – (Mitologia Egípcia)

Nut mitologia egípcia

Nut é uma figura mitológica crucial no panteão egípcio, associada à vastidão do céu e à representação de todos os corpos celestes, incluindo estrelas, planetas e galáxias. Ela é frequentemente venerada como a Mãe dos Céus e desempenha um papel significativo na mitologia e na cultura do Antigo Egito.

Neste artigo, exploraremos a história e os atributos de Nut, destacando sua importância na religião egípcia e nas crenças sobre a vida após a morte.

 

Conhecendo a Deusa Nut

Nut é uma das mais antigas e importantes deusas da mitologia egípcia. Ela é geralmente representada como uma mulher nua arqueando seu corpo sobre a terra, com o arco de seu corpo simbolizando o arco do céu.

Acredita-se que Nut seja a personificação do céu e da abóbada celeste que os antigos egípcios acreditavam estar acima da terra. Sua imagem icônica como um céu estrelado, com seu corpo coberto por estrelas cintilantes, demonstra sua associação com o cosmos.

 

A Lenda de Nut

Uma das lendas mais conhecidas sobre Nut é a história de como ela se tornou o céu. De acordo com “The Complete Gods and Goddesses of Ancient Egypt” de Richard H. Wilkinson, Nut era originalmente a deusa da noite, mas ela se apaixonou por Geb, o deus da terra.

No entanto, seu pai, Ra, não aprovava o relacionamento e proibiu-os de se casarem. Nut buscou a ajuda de Thoth, o deus da sabedoria, que enganou Ra para que ele desse uma parte de sua luz sagrada a Nut, permitindo que ela engravidasse de Geb. Ra, enfurecido com a traição, proibiu Nut de dar à luz em qualquer dia do ano.

Thoth interveio novamente, ajudando Nut a dar à luz a seus cinco filhos: Osíris, Ísis, Set, Néftis e Hórus, o Velho. Esta lenda também envolve a criação de cinco dias extras no ano egípcio. Desde então, Nut tem sido associada à fertilidade, à maternidade e à proteção das crianças.

 

A Guardiã da Vida Após a Morte

Nut desempenhou um papel vital na espiritualidade egípcia relacionada à vida após a morte. Ela foi mencionada em textos funerários, como o Livro dos Mortos, como uma guardiã e protetora dos mortos. Segundo “The Egyptian Book of the Dead” de EA Wallis Budge, a estrela Sirius, frequentemente associada a Nut, era de grande importância para os egípcios, pois seu aparecimento no céu noturno sinalizava o início das cheias do Nilo, cruciais para a agricultura. Nut, como a personificação do céu, era vista como tendo influência sobre esse ciclo vital.

Detalhe da Deusa Nut no Greenfield Papyrus (o Livro dos Mortos de Nesitanebtashru)
Detalhe da Deusa Nut no Greenfield Papyrus (o Livro dos Mortos de Nesitanebtashru) (Domínio Público)

Adoração e Legado

O culto a Nut foi amplamente praticado durante o período faraônico do Egito Antigo. Deixou inúmeras referências arqueológicas e antigos manuscritos que documentam sua adoração. Nut era considerada a mãe dos deuses e protetora dos mortos, e sua imagem aparece em várias inscrições e relevos nos templos, tumbas e outros locais sagrados do Antigo Egito.

O Livro dos Mortos, por exemplo, é um exemplo notável de um texto funerário que contém várias referências à deusa Nut. Era utilizado para auxiliar os mortos em sua jornada rumo à vida eterna, descrevendo a deusa estendendo suas asas protetoras sobre os falecidos.

Outras representações de Nut podem ser encontradas em templos importantes, como o Templo de Dendera, dedicado à deusa Hathor, onde inscrições a retratam como uma figura cósmica estendendo seu corpo sobre a abóbada celeste. Os Textos das Pirâmides, inscritos nas paredes das pirâmides dos faraós do Antigo Império, também fazem referência a Nut como a mãe dos deuses e protetora dos faraós.

 

Conclusão

Em resumo, Nut é uma das divindades mais importantes do panteão egípcio, associada ao céu, à fertilidade, à maternidade e à proteção das crianças. Sua lenda de como se tornou o céu é uma das mais conhecidas da mitologia egípcia, e sua imagem como um céu estrelado é icônica.

Seus poderes como guardiã e protetora dos mortos a tornam uma figura crucial na crença egípcia sobre a vida após a morte. A adoração de Nut deixou um legado duradouro na arqueologia e nos textos antigos, demonstrando sua influência significativa na cultura e na espiritualidade do Antigo Egito.

 

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