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Minerva, A Deusa Romana da Sabedoria e das Estratégias

Minerva, a deusa romana da sabedoria e das estratégias

Minerva é a deusa romana da sabedoria, artes, estratégia militar, justiça e conhecimento. Ela é uma das principais divindades do panteão romano e tem sido adorada desde os tempos antigos. As origens e mitologia da deusa estão enraizadas na mitologia grega e na Etrusca, das quais os romanos se inspiraram.

 

Origem

Na tradição helênica, Minerva era filha de Júpiter, o soberano dos deuses, e de Métis, que era uma gigante ou uma Titã. Como resultado da prole de Júpiter, Minerva tinha diversos meio-irmãos, incluindo Marte, Bellona, Vulcano e Juventus. Além disso, Mercúrio, o deus mensageiro do comércio, da navegação e das viagens, Vênus, a deusa do amor e do desejo sexual, e Prosérpina, a donzela deusa que foi raptada por Plutão, também eram seus meio-irmãos.

O nome romano “Minerva” foi influenciado pela divindade etrusca Menrva, possivelmente derivado de Menerwā ou Meneswā, uma divindade itálica mais antiga que significava “aquela que lembra”, “aquela que sabe” ou “aquela que mede”. A raiz do nome Minerva estava relacionada a Manasvini, uma divindade hindu associada à virtude, inteligência e à lua.

 

Características e Simbolismo

Na maioria das representações, Minerva é comumente descrita vestindo uma longa túnica, um traje típico dos gregos, e ocasionalmente um peitoral. Como a deusa da guerra e estratégia militar, ela é frequentemente representada com um elmo adornando sua cabeça, segurando uma lança e um escudo em suas mãos. Ao contrário das outras deusas greco-romanas, Minerva exibia um físico atlético e musculoso.

Um dos símbolos mais emblemáticos associados a Minerva era o ramo de oliveira. Além de ser considerada a deusa da vitória, invocada antes de batalhas ou competições esportivas, ela também era conhecida por mostrar compaixão aos derrotados.

Presentear alguém com um ramo de oliveira era um gesto de simpatia, e até hoje, ajudar um ex-inimigo ou rival a se tornar um amigo é chamado de ‘oferecer um ramo de oliveira’. Diz-se que a deusa da sabedoria foi responsável pela criação da primeira oliveira, e as oliveiras continuam a ser um símbolo significativo em sua iconografia.

Outro símbolo de grande importância associado à deusa Minerva é a coruja, que passou a ser relacionada a ela após sua associação com as características de Atenas. Esse pássaro noturno, conhecido por sua sagacidade e inteligência, simboliza o conhecimento e a perspicácia de Minerva. Ela é comumente referida como ‘A Coruja de Minerva’ e é amplamente representada nas imagens associadas à deusa.

 

O Mito do Nascimento de Minerva

A narrativa romana sobre o nascimento de Minerva apresenta notáveis semelhanças com o mito grego do nascimento de Atenas. A história tem início com as características escapadas de Júpiter, frequentemente associadas a relacionamentos amorosos. Nesse caso, Júpiter se envolveu com uma mulher chamada Metis, uma Titã na tradição grega.

Quando Metis engravidou, Júpiter, que havia assumido o controle do universo ao derrubar seu pai Saturno, recebeu uma profecia que alertava sobre seu eventual destino de ser destronado por seu próprio filho. Temendo que a profecia se concretizasse por meio do filho de Metis, Júpiter tomou uma medida drástica e a engoliu, juntamente com o feto, seguindo uma ação semelhante à que Saturno tomara ao devorar os irmãos e irmãs de Júpiter.

Ainda no ventre de Metis, Minerva planejou sua saída estratégica. Quando chegou o momento, ela emergiu de maneira dramática, rompendo a testa de Júpiter em sua totalidade, já plenamente desenvolvida e pronta para o combate. Alguns relatos sugerem que Vulcano, o deus da metalurgia, desempenhou um papel semelhante ao de uma parteira, utilizando um machado para abrir a cabeça de Júpiter e libertar Minerva.

Esse momento notável tem sido tema de representações artísticas ao longo da história, tanto na antiguidade quanto na era moderna. Apesar desse início peculiar de sua relação com o pai, Minerva conquistou o status de filha favorita de Júpiter.

 

Influências da Deusa Minerva na Roma Antiga

A veneração à deusa da guerra, Minerva, ganhou grande popularidade durante a era republicana. Segundo relatos de Plínio, o Velho, Pompeu, um destacado político e general do exército, ergueu um templo dedicado a deusa em Roma aproximadamente no ano 60 a.C. Após retornar de uma campanha militar bem-sucedida no oriente do império, Pompeu ofereceu todo o seu espólio à deusa como um gesto de devoção.

Imagem em relevo de Minerva em uma tigela romana de prata dourada, século I aC (Domínio Público)

A adoração a Minerva era popular em toda a Roma Antiga. Ela tinha um templo em seu nome no Fórum Romano, que era o centro da cidade. Além disso, as pessoas ofereciam sacrifícios em sua homenagem durante festivais, como o Quinquatrus, que era uma celebração em sua honra. As mulheres também a adoravam, já que ela era vista como uma protetora das artes femininas, como a tecelagem.

A mitologia etrusca também influenciou a adoração de Minerva. Os etruscos adoravam uma deusa chamada Menrva, que tinha muitas semelhanças com a deusa romana. Os etruscos também viam Menrva como uma deusa da guerra e da sabedoria. Acredita-se que os romanos adotaram muitos aspectos da mitologia etrusca ao adorar Minerva.

Existem registros arqueológicos e antigos manuscritos sobre a deusa como exemplo do Templo de Minerva, em Assis, na Itália. Este templo foi construído no século I a.C. e dedicado à deusa romana da sabedoria. O templo ainda está de pé e é considerado um importante exemplo de arquitetura romana. Além disso, há referências a Minerva em diversos textos antigos, como em obras do poeta romano Ovídio e do filósofo romano Sêneca.

 

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Referências:

Beard, M. (2015). SPQR: A History of Ancient Rome. Liveright Publishing.

Grant, M. (2002). Roman Myths. Charles Scribner’s Sons.

Simon, E. (1999). Festivals of Attica: An Archaeological Commentary. University of Wisconsin Press.

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