Descubra a Origem, História e Significado de Krampus, e sua Relação Sobrenatural com o Papai Noel no Natal.
O Krampus é uma figura lendária que surge junto com o Papai Noel nas tradições natalinas de alguns países europeus, como Áustria, Alemanha e Hungria. Ele é retratado como uma criatura malévola, com chifres, garras e uma língua alongada, que acompanha São Nicolau em suas visitas às crianças durante a noite de 5 para 6 de dezembro.
Nem Só de Presente Vive o Natal
Enquanto a figura cativante do idoso de cabelos e barba branca presenteia as crianças no Natal, recompensando-as por seu bom comportamento ao longo do ano, o espírito maligno chega para punir aquelas que não se comportaram adequadamente.
A palavra Krampus tem sua origem em “Krampen”, termo em alto alemão antigo que significa “garra”. Nas histórias, ele é retratado como uma criatura bestial, com características meio cabra (incluindo chifres) e meio demônio.
Origem do Mito
As origens do Krampus remontam ao folclore pagão da Europa Central, que foi assimilado pela cultura cristã ao longo dos séculos. De acordo com alguns historiadores, ele tem suas raízes nas tradições de inverno dos povos germânicos, que acreditavam na existência de espíritos malignos que habitavam as florestas e as montanhas.
Esses espíritos eram associados à fertilidade e à proteção da natureza, mas também eram temidos por sua capacidade de causar doenças e desastres naturais.
Com a chegada do cristianismo, muitos desses elementos pagãos foram incorporados às celebrações do Natal, como forma de atrair os convertidos e de apaziguar as tradições pré-existentes. A figura de São Nicolau, um bispo católico do século IV que se tornou padroeiro das crianças, foi introduzida como símbolo da bondade e da generosidade que deveriam ser praticadas durante o Natal.
No entanto, o Krampus continuou a ser uma figura importante nas tradições folclóricas, representando o lado sombrio e ameaçador da vida.
A Lenda Sobrevive
A partir do século XIX, as representações do Krampus começaram a se tornar mais elaboradas, com a criação de máscaras e fantasias que permitiam aos homens encenar a figura do demônio durante as festividades natalinas. Essas representações tornaram-se especialmente populares na região dos Alpes, onde o Krampus era visto como um guardião da floresta e um defensor da ordem natural.
Na década de 1930, o governo austrofascista proibiu a prática das festividades do Krampus, considerando-a “contrária aos valores cristãos e aos ideais de um estado civilizado”. No entanto, a tradição sobreviveu clandestinamente e ressurgiu com força nos anos 1950, quando os jovens começaram a organizar desfiles pelas ruas das cidades, atraindo grande público e reafirmando a importância da figura lendária na cultura popular.
Resumindo
Hoje, o Krampus é visto como um símbolo de rebeldia e transgressão, que permite aos participantes expressar sua criatividade e sua imaginação em um contexto festivo e divertido. Embora possa ser assustador para as crianças, ele não representa uma ameaça real, mas sim uma forma de subverter as normas sociais e culturais.
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Referências:
Beauchamp, Monte (editor). (2010). Krampus: The Devil of Christmas. Last Gasp.
Ridenour, Al. (2016). The Krampus and the Old, Dark Christmas: Roots and Rebirth of the Folkloric Devil. Feral House.
Ridenour, Al. (2019). Krampuslauf: The Night of the Krampus. Feral House.
Markale, Jean. (2001). The Pagan Mysteries of Halloween: Celebrating the Dark Half of the Year. Inner Traditions.
