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Iemanjá, A Senhora das Águas e Rainha do Mar

Iemanjá, a rainha do mar

Iemanjá é uma das divindades mais importantes do panteão africano, cultuada principalmente nos países da África Ocidental e na diáspora africana nas Américas. Acredita-se que esse orixá é a senhora das águas, e da fertilidade, sendo muito adorada por pescadores, marítimos e mulheres que desejam ter filhos.

 

Origens da Senhora das Águas

Iemanjá, também conhecida como Yemaja, Yemanjá, Yemoyá e Yemayá, é uma divindade essencial nas tradições religiosas iorubás relacionada às águas. Ela é reconhecida como a mãe de todos os Orixás. Venerada como um orixá, representa o espírito patrono dos rios, principalmente o rio Ogun na Nigéria, e dos oceanos nas práticas religiosas das tradições orixás cubanas e brasileiras.

Na diáspora afro-cubana, Iemanjá frequentemente se sincroniza com Nossa Senhora de Regla, enquanto na diáspora brasileira e outras comunidades, ela é associada a várias representações da Virgem Maria da Igreja Católica. Essa sincretização surgiu durante o período do comércio transatlântico de escravos. Iemanjá é conhecida por sua natureza maternal e protetora, cuidando profundamente de seus filhos, oferecendo conforto e aliviando tristezas.

Acredita-se que ela tenha o poder de curar a infertilidade em mulheres, sendo representada pelas conchas de cauri, símbolo de sua riqueza. Embora geralmente seja paciente, Iemanjá pode se tornar destrutiva e feroz quando irritada, comparável às inundações de rios turbulentos.

Iemanjá é frequentemente retratada como uma sereia e está associada à lua em algumas comunidades da diáspora. Ela governa todos os aspectos relacionados às mulheres, incluindo a maternidade, a segurança infantil, o amor e a cura. Segundo a mitologia, suas águas deram origem a uma grande inundação que formou rios e riachos, e os primeiros seres humanos mortais foram criados a partir de seu ventre.

Iemanjá é um dos principais orixás do candomblé e da umbanda, religiões afro-brasileiras que foram desenvolvidas a partir das tradições africanas e ameríndias trazidas para o Brasil pelos escravizados. Nessas religiões, Ela é cultuada como uma divindade poderosa e protetora, com características que a fazem uma figura muito respeitada e admirada.

 

Culto e Adoração a Iemanjá

O festival anual em honra de Iemanjá, a deusa do rio, em Ibadan, inicia com música, dança e preces. Na língua iorubá, há 400 deuses, conhecidos como òrìsà, cada um representando uma força da natureza. Ela é considerada a mãe de todos esses deuses, destacando a importância da água na vida.

Embora a maioria dos nigerianos atualmente siga o cristianismo ou o islamismo, relegando muitas vezes as religiões tradicionais que foram ridicularizadas durante a era colonial, em Ibadan, a fé nos orisa, os deuses iorubás, permanece vibrante e robusta.

O festival, que se estende por 17 dias em outubro, é uma tradição tão antiga quanto o próprio povo iorubá, celebrado desde tempos imemoriais, conforme afirmado pela sacerdotisa Ifawemimo Omitonade.

No ponto culminante do Festival de Iemanjá em Ibadan, em 31 de outubro, grupos diversos de devotos dos orisa dançam ao som de tambores em frente ao Templo de Iemanjá. No interior do templo encontra-se Ogunleki, uma estátua de Iemanjá com cerca de 400 anos, representando uma mulher amamentando um bebê de aproximadamente 1 metro de altura.

Devotos de todas as idades entoam cânticos em iorubá, expressando gratidão ao òrìsà por sua saúde no ano anterior e pedindo por prosperidade no futuro. Realizam oferendas e preces ao rio, confiando que retornarão no ano seguinte ainda mais abençoados.

 

Nas Tradições Afro-Brasileiras

Oferendas para lemanjá em Salvador, Brasil. (Imagem: Wikimedia Commons CC BY-SA 2.0)

No candomblé, Iemanjá é considerada a “mãe das águas”, e é cultuada em diferentes nações de terreiro, como a nação Ketu, a nação Jeje, a nação Angola e a nação Efon. Cada nação tem suas próprias tradições e rituais, mas em geral, Iemanjá é adorada como um orixá da fertilidade, que governa os oceanos e as águas.

Já na umbanda, Iemanjá é cultuada como uma mãe carinhosa e protetora, que governa as águas e protege os que estão em apuros no mar. Ela é invocada para ajudar aqueles que estão passando por momentos difíceis, trazendo paz, proteção e cura. No sincretismo, Iemanjá corresponde a Nossa Senhora dos Navegantes, à Virgem Maria, entre outras.

Em ambos o candomblé e a umbanda, Iemanjá é uma figura poderosa e respeitada, que é adorada por milhares de pessoas em todo o mundo. Ela representa a força e a beleza dos oceanos, e é vista como uma mãe amorosa que protege e guia seus filhos. Seus rituais e tradições são uma parte importante da cultura afro-brasileira, e continuam a ser passados de geração em geração pelas comunidades que a reverenciam.

 

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Referências:

VERGER, Pierre. Orixás: deuses iorubás na África e no Novo Mundo. Salvador: Cor Editora, 2002.

PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos Orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

QUIJANO, Lydia. Orixás da Bahia. São Paulo: Selo Negro, 2003.

MURPHY, Joseph M. Working the Spirit: Ceremonies of the African Diaspora. Boston: Beacon Press, 1994.

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