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Ceres, A Deusa Romana da Agricultura e Fertilidade

Ceres A Deusa Romana da Agricultura e Fertilidade

Ceres é reconhecida na mitologia romana como a deusa responsável pela agricultura, a colheita de grãos, a fertilidade e a representação do amor maternal. Sua equivalente na mitologia grega é Deméter. Os antigos romanos tinham grande reverência por Ceres, considerando-a a provedora essencial de alimentos e sustento.

Além disso, Ceres também era associada ao amor e à proteção maternos, sendo frequentemente retratada com uma atitude carinhosa que destacava seu papel como cuidadora e provedora. A influência de Ceres não se limitava apenas à mitologia, estendendo-se também para a cultura romana.

 

Etimologia

A origem do nome “Ceres” remonta à raiz indo-europeia *ker, que significa “crescer” ou “nutrir”. O nome da deusa está, portanto, relacionado aos verbos latinos “crescere” (“crescer, surgir”) e “creare” (“criar”), em consonância com suas funções agrícolas.

Desde os tempos antigos, o nome Ceres foi utilizado para se referir ao pão ou à comida em geral, frequentemente como sinônimo ou metonímia. Isso eventualmente contribuiu para a formação da palavra em inglês moderno “cereal” (bem como termos similares em outras línguas europeias e românicas).

 

Origem e Características

Ceres foi inicialmente considerada uma deusa estrangeira pelos romanos, tendo sido adaptada da deusa grega Deméter. De acordo com o padrão grego dos Doze Olímpicos, Ceres foi desde cedo reconhecida como um dos “Doze Deuses” de Roma, que eram as divindades mais eminentes do panteão romano.

Tanto Ceres quanto Deméter eram, em essência, deusas associadas aos grãos e à agricultura. Sua forte ligação com a agricultura e a terra, e seu papel vital em assegurar a fertilidade e colheitas abundantes, eram evidentes por sua estreita conexão com Tellus ou Terra, que personificava a terra na mitologia romana.

Devido à importância crítica da agricultura em Roma, onde o sucesso das colheitas anuais era vital, Ceres detinha uma imensa importância e poder. Por exemplo, uma lei prescrevia que qualquer pessoa que danificasse as sementes de outra pessoa deveria ser entregue a Ceres e sofrer enforcamento como punição.

À medida que a República Tardia deu lugar ao Império, Ceres tornou-se cada vez mais associada à “annona”, que era o sistema público de abastecimento de cereais na Roma Antiga.

Ceres também desempenhava papéis adicionais. Era considerada uma deusa das mulheres e da maternidade, protegendo o vínculo matrimonial entre esposas e maridos. Além disso, tinha estreitas conexões com o reino dos mortos.

Outro papel fundamental de Ceres era como deusa da lei e da ordem. Conforme uma tradição registrada pelo comentarista Sérvio, os seres humanos originalmente viviam em um estado selvagem e sem leis. Essa condição só foi superada quando Ceres introduziu a agricultura e ensinou aos seres humanos como distribuir a terra de maneira justa para fins agrícolas.

Deusa Ceres
A deusa Ceres, sentada. Escultura de mármore da última parte do século I dC. Museu Nacional de Arte Romana de Mérida. (Imagem: Wikimedia Commons CC BY-SA 3.0)

A Deusa na Mitologia

A antiga mitologia romana explica a origem das estações do ano, que vão desde a bela e fértil primavera e verão até o rigoroso e desolado outono e inverno. De acordo com a narrativa, a filha de Ceres, Prosérpina (também conhecida como Perséfone), estava um dia colhendo flores em um campo quando sua beleza chamou a atenção de Plutão, o deus do submundo. Plutão foi atingido por uma flecha de cupido e se apaixonou instantaneamente por Prosérpina. Ele então a sequestrou em sua carruagem puxada por cavalos e a levou para viver com ele no submundo.

Ceres, preocupada com o desaparecimento de Prosérpina, buscou incansavelmente por sua filha em toda a Terra, mas não conseguiu encontrá-la. Desolada e furiosa, Ceres interrompeu o crescimento de todas as colheitas e plantas, privando assim os mortais de alimentos. Isso causou grande preocupação a Zeus, o rei dos deuses, pois sem os humanos não haveria adoração divina.

Zeus enviou seu filho, Mercúrio, o mensageiro dos deuses, para negociar com Plutão e garantir a libertação de Prosérpina, permitindo que Ceres retomasse o cultivo de alimentos. Plutão, ciente da regra que impedia que alguém que tivesse comido no submundo retornasse à Terra, ofereceu a Prosérpina seis sementes de romã para comer.

Mercúrio, conhecedor dessa regra, concordou com o acordo proposto por Plutão: Prosérpina passaria seis meses na Terra, com sua mãe Ceres, e seis meses no submundo com seu marido Plutão.

Assim, quando Prosérpina retorna à Terra para se reunir com Ceres, a deusa mãe se prepara para sua chegada, fazendo com que as flores e as colheitas floresçam. No entanto, quando Prosérpina deve voltar ao submundo, Ceres fica triste e as flores e colheitas murcham e morrem. Essa história ajuda a explicar as mudanças sazonais na Roma Antiga.

 

Culto a Ceres

Ceres desempenhava o papel principal na chamada “Tríade Aventino”, que incluía também Libera e Liber. Esta tríade deve seu nome ao templo construído no Monte Aventino no início da história de Roma.

O culto no Monte Aventino tinha uma conexão estreita com a população plebeia de Roma e simbolizava a igualdade política entre eles e os patrícios. Na verdade, muitos dos festivais dedicados a Ceres, que ocorriam ao longo do ano, eram celebrados em honra dos plebeus.

 

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Referências:

Beard, M. (2015). SPQR: A History of Ancient Rome. Profile Books.

Hesíodo. (s/d). Theogony. Penguin Classics.

Livy. (2017). History of Rome, Book 1. Digireads.com Publishing.

Ovid. (2004). Metamorphoses. Penguin Classics.

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