Amanikável, ou Amanikable, é uma figura venerada pelos caçadores, um ídolo cuja importância remonta às crenças dos primeiros tagalos. Nossa compreensão dessa divindade ou ídolo entre os tagalos primitivos é baseada em uma descrição registrada por Buenaventura em 1613, onde ele o descreve como “Amanicable: advogado dos caçadores, chamado quando vão caçar”. Uma reformulação posterior por Scott o retratou como “Aman Ikabli, o protetor dos caçadores”.
Na mitologia tagala contemporânea, Amanikable é retratado como o governante áspero e mal-humorado do mar. A lenda conta que ele nunca se casou, pois seu amor por uma bela donzela mortal chamada Maganda foi rejeitado. Em sua frustração, Amanikable jurou vingança contra todos os seres mortais, enviando, segundo os relatos dos mais velhos, ondas turbulentas e tempestades ferozes periodicamente para destruir embarcações e afogar pessoas.
A imagem de Amanikable como deus do mar tagalo foi introduzida por F. Landa Jocano, sendo uma síntese de dois contos folclóricos coletados durante suas pesquisas.
Origens e Características
Inicialmente considerado o deus dos caçadores, Amanikable evoluiu nas histórias modernas, sendo associado a um deus do mar mal-humorado. Ele substituiu AmanSinaya como um dos deuses da primeira geração. A história narra que ele nunca se casou depois de se apaixonar por uma bela mulher chamada Maganda. Além disso, sua raiva diante da crueldade humana o levou a criar ondas violentas e a afogar pessoas como forma de vingança contra seus inimigos.
A representação de Amanikable frequentemente o descreve como um homem alto, barbudo, de cabelos longos e corpo bem constituído. Ele é frequentemente retratado segurando um tridente semelhante ao de Poseidon na mitologia grega.
Na mitologia das Filipinas, a figura do anito dos caçadores, Amanikable, foi sincretizada com Kablay em uma lenda. Nessa narrativa, um velho rico chamado Kablay recusou-se a fazer doações ao mar, mesmo sendo abastado. Como castigo, ele foi transformado em um tubarão.
A raiva de Amanikable em relação aos seres humanos, devido ao comportamento cruel deles, o levou a proferir maldições. Ele costumava desencadear ondas violentas e causar afogamentos como uma forma de vingança contra seus inimigos. No entanto, apesar de sua ira, ele ainda demonstrava gentileza, de acordo com a crença de que todas as divindades nas Filipinas são benevolentes.
A relação entre o deus do mar, Haik, e Amanikable era harmoniosa, o que contrastava com a habilidade de Amanikable na caça. Na tradição politeísta tagala, os emblemas de Amanikable eram associados às suas armas de caça.
O Mito de Amanikable e o Cavalo Marinho
Há muitos anos, na região de Cavite, habitavam dois belos cavalos, os quais eram os estimados companheiros do senhor do mar, Amanikable.
Certo dia, enquanto pastavam nas proximidades da praia e desfrutavam do calor do sol matinal, de repente ouviram latidos de cães. Olharam ao redor e, à distância, divisaram um grupo de homens que se aproximava rapidamente.
Os dois cavalos ficaram apreensivos. Um deles indagou: “Eles estão atrás de nós?” O outro, incerto, respondeu: “Não tenho certeza, mas estão vindo em nossa direção, e parecem bastante irritados. O que fizemos?”
Decidiram, então, partir dali, e empreenderam uma fuga desenfreada, correndo sem parar. A perseguição dos homens e seus cães continuava implacável, sem que aparentemente se cansassem.
Depois de um longo período de corrida, os cavalos encontravam-se exaustos e amedrontados. Tinham percorrido planícies, subido colinas e descido vales, mas os homens e seus cães permaneciam incansáveis na perseguição.
Finalmente, os cavalos foram conduzidos a uma ampla costa arenosa, onde se viram encurralados. À sua frente estava o vasto mar azul, e atrás deles estavam os homens enfurecidos, sem uma saída visível.
Um dos cavalos, tomado pelo pânico, ergueu a cabeça e orou a Amanikable: “Querido Senhor, ajude-nos.”
Os homens e seus cães estavam prestes a alcançá-los, e a situação tornava-se mais desesperadora a cada instante.
“Mestre e Senhor, por favor, faça algo. Esses homens nos matarão.”
A partir de seu reino celestial, Amanikable ouviu o suplicante chamado de seus leais companheiros. Ele olhou através da janela das nuvens e testemunhou os caçadores que cercavam os cavalos.
Então, enviou o vento para soprar as ondas em direção à costa. Uma grande onda desabou, arrebatando os dois cavalos e os levando para o mar. Embora não soubessem nadar, lutavam para respirar. Com compaixão, Amanikable decidiu intervir e os transformou em cavalos-marinhos. Para sustentá-los, converteu as plantas da costa em algas marinhas.
Dessa forma, os cavalos-marinhos passaram a habitar o mar, graças à benevolência de Amanikable.
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