A trajetória de Gilgamesh revela sua vasta compreensão do mundo, incluindo suas origens e os segredos dos mares profundos. Contudo, como rei, Gilgamesh era tirano, impondo ao seu povo a árdua tarefa de construir uma muralha fortificada ao redor da cidade de Uruk. O povo, amedrontado pelo trabalho exaustivo, clamou pela intervenção da deusa Ishtar, que atendeu ao apelo enviando Enkidu.
Enkidu, que antes vivia na floresta com os animais, foi seduzido por uma sacerdotisa de Ishtar e conduzido a Uruk, onde conheceu Gilgamesh. Os dois travaram uma batalha que culminou em uma amizade inseparável, levando-os a inúmeras aventuras, destruindo monstros e restaurando a harmonia no mundo.
Contudo, Ishtar, consumida pelo ciúmes, tentou seduzir Gilgamesh, que, ciente de que quem amasse a deusa enfrentaria a morte, recusou-se a ser seu amante. A deusa, furiosa pela recusa, decidiu eliminar o amigo de Gilgamesh, Enkidu, lançando sobre ele uma doença que o deixou agonizando por doze dias antes de sua morte.
A morte de Enkidu foi um ponto de virada na vida de Gilgamesh. Enkidu, em seu leito de morte, teve um sonho no qual os deuses determinaram sua morte devido ao assassinato do touro celeste e de Humbaba. Consumido pela agonia, Enkidu faleceu após doze dias, deixando Gilgamesh inconsolável e aterrorizado com a inevitabilidade da morte. Determinado a buscar a imortalidade, Gilgamesh partiu em uma jornada, seguindo os passos de Utnapishtim, o único homem que sobreviveu ao dilúvio enviado pelos deuses para aniquilar a humanidade.
A Jornada Épica: A Antiguidade da Epopeia de Gilgamesh
Uma das narrativas mais extraordinárias dos povos sumérios, que destaca a riqueza de sua expressão literária, é a Epopeia de Gilgamesh. Provavelmente a mais antiga obra literária produzida pela humanidade, esta epopeia é composta por doze cantos, cada um com aproximadamente 300 versos. O relato gira em torno de Gilgamesh, o rei sumério e fundador da cidade de Uruk, que governou a região por volta de 2700 a.C. A descoberta de uma placa de argila com inscrições cuneiformes nas ruínas da Mesopotâmia, traduzida por volta de 1890 d.C., permitiu a preservação desta história fascinante.
A Epopeia de Gilgamesh se destaca como uma das mais antigas composições literárias da humanidade, delineando a vida de Gilgamesh, o governante da antiga Uruk durante o século XXVII a.C. Reconhecido como um deus-herói devido à sua composição de dois terços divinos e um terço humano, Gilgamesh é o protagonista deste poema épico.
O poema, escrito em língua acádia, está registrado em doze tábuas de argila encontradas na biblioteca do rei Assurbanípal no século XIX. Acredita-se que essas tábuas formem uma compilação de lendas e poemas sumérios sobre Gilgamesh, transmitidos oralmente ao longo dos séculos.
A narrativa descreve as aventuras de Gilgamesh e seu companheiro, Enkidu, um homem selvagem inicialmente criado para ser seu rival, mas que se tornou seu inseparável amigo. Juntos, enfrentaram criaturas como Humbaba, o guardião da floresta de cedros, e o Touro dos Céus, enviado por Ishtar para punir Gilgamesh por rejeitar seu amor.
A morte de Enkidu deixou Gilgamesh profundamente abalado, levando-o a uma busca pela imortalidade que o levou a Utnapishtim, o único homem agraciado com a vida eterna após sobreviver a um dilúvio. No entanto, a jornada de Gilgamesh resultou em fracasso, levando-o a compreender que a verdadeira imortalidade residia em sua fama e conquistas. Ao retornar a Uruk, governou com sabedoria e justiça.
A Epopeia de Gilgamesh não apenas revela aspectos da cultura e religião mesopotâmicas, mas também aborda temas universais como amizade, amor, morte e o propósito da vida. Além disso, apresenta paralelos com outras narrativas antigas, como a Bíblia e a Ilíada.
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