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Vesna, A Deusa da Primavera na Mitologia Eslava

Vesna

Vesna é reverenciada como a deusa eslava que personifica a estação da primavera e a juventude, trazendo consigo a alegria que sucede o rigoroso inverno. A ela é atribuído o controle sobre a vitalidade do sol, que renova a natureza, permitindo que tudo floresça na estação primaveril.

Nesse período, a terra se abre, criando uma ligação vibrante entre a flora e o submundo, onde tesouros e riquezas vegetais permanecem ocultos. Vesna tem a capacidade de harmonizar o coração e a mente, além de restaurar a saúde que foi afetada durante os meses de inverno.

À medida que a primavera se aproxima, as pessoas tendem a se tornar mais benevolentes e gentis, promovendo o respeito e a amizade mútua. Para homenagear a deusa Vesna, as jovens frequentemente se adornavam com trajes confeccionados a partir de gramas e flores. Seu emblema é a flor de dente-de-leão, enquanto seu símbolo alado é a andorinha.

 

Etimologia

A etimologia da palavra “vesna” é profundamente enraizada na poesia, representando a estação da “primavera” em esloveno, eslovaco e checo. Enquanto nas línguas russa, polonesa, bielorrussa e ucraniana, “vesna” ou “wiosna” simplesmente traduz para “primavera”.

Em versões antigas de algumas línguas eslavas, o mês de fevereiro era até mesmo chamado de “vesnar”. Curiosamente, em sérvio, a palavra “vesnik” é utilizada para descrever alguém que desempenha o papel de mensageiro da estação primaveril.

 

A Encantadora Deusa e Suas Características

Nos mitos antigos dos eslavos, ela era frequentemente concebida como uma jovem de beleza deslumbrante, exibindo um sorriso radiante e caminhando descalça. Seus traços incluíam seios generosos, cabelos longos e loiros, e bochechas coradas. Adornava seu cabelo com uma flor e vestia roupas feitas de grama, galhos, folhas e flores.

Na mão esquerda, segurava um buquê de flores, enquanto na mão direita carregava algumas frutas, com uma andorinha repousando delicadamente em seu dedo indicador. Sua aparência era um símbolo de casamento e fertilidade, razão pela qual era amplamente venerada entre os casais recém-casados.

A andorinha era dedicada a ela, sendo considerada uma ave divina e um precursor da primavera que retornava após as migrações de inverno, o que levou à dedicação do mês de março em sua honra. Vesna era simultaneamente a deusa do amor e da harmonia, em muitos aspectos semelhante a Vênus na mitologia romana e Afrodite na mitologia grega.

Eslavos
Eslavos servindo a seus deuses, uma xilogravura do século XIX (Domínio Público)

O Culto a Vesna

Os pastores recorriam a ela em busca de pastagens frescas e verdes, bem como fertilidade para o seu gado. Assim que a natureza se revestia de verde, eles acendiam fogueiras e realizavam danças em sua honra, celebrando sua glória.

O dia consagrado a Vesna era marcado quando “o sol brilhava de alegria por três vezes”. Esse dia simbolizava a libertação de Morana, a temida deusa do inverno e da morte, cuja efígie era lançada nas chamas como um sinal de que o domínio de Baba Yaga, o alter ego de Morana, estava quebrado e com a esperança de que a primavera chegaria mais cedo.

A morte de Morana, portanto, representava a vida de Vesna, e ambas estavam intrinsecamente ligadas, simbolizando a transição das estações e um ciclo eterno de morte e renascimento.

Por volta do início de março, os eslavos realizavam rituais de primavera que envolviam o afogamento ou queima da efígie de Morana. Ao mesmo tempo, a efígie de Vesna, adornada com flores e folhas, era transportada em uma procissão que percorria os campos, enquanto os participantes entoavam cânticos de louvor à deusa.

Esse costume representava a vitória de Vesna sobre as sombras do inverno, embora a rivalidade entre as duas deusas nunca fosse completamente resolvida. A tensão que resultava na mudança das estações era uma força constante que impulsionava o mundo eslavo para a frente.

A complexa relação entre essas duas divindades destacava a tendência das pessoas em atribuir qualidades humanas comuns, como inveja, competitividade e desejo de poder, às suas divindades.

 

Resumindo

Vesna traz de volta um sorriso aos nossos rostos e oferece cura à nossa alma. Sua habilidade reside em nos auxiliar na superação de desafios, ajudando-nos a compreender nossas emoções e orientá-las de maneira consciente.

Vesna nos inspira a não desesperar e a permitir que as emoções fluam livremente, como um rio que transborda na primavera. Ela nos transmite uma valiosa lição sobre como recuperar o entusiasmo e o otimismo na vida.

Portanto, devemos caminhar descalços, sentir a grama sob nossos pés, apreciar o aroma das flores, compartilhar o amor com a natureza, expressar carinho aos nossos parceiros, experimentar o êxtase, descobrir nosso propósito, viver o momento presente, valorizar as coisas simples, amar nossos corpos e vestir roupas leves sem qualquer constrangimento.

 

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Referências:

Afanasyev, Alexander. Russian Fairy Tales. New York: Pantheon Books, 1976.

Davidson, H.R. Ellis. Gods and Myths of Northern Europe. Baltimore: Penguin Books, 1964.

Gimbutas, Marija. The Living Goddesses. Berkeley: University of California Press, 1999.

Ivanits, Linda J. Russian Folk Belief. Armonk, NY: M.E. Sharpe, 1989.

Szymborska, Wislawa. “Vesna.” Poems, New and Collected, 1957-1997. Translated by Stanislaw Baranczak and Clare Cavanagh. New York: Harcourt, Brace & Company, 1998.

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