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Juno, A Rainha dos Deuses Romanos

Juno, a Rainha dos Deuses Romanos

Juno, também conhecida como Iuno em latim, ocupava o posto de rainha entre os deuses romanos e era a consorte de Júpiter, o soberano dos deuses. Ela desempenhava um papel fundamental como guardiã e defensora das mulheres, sobretudo em suas funções domésticas relacionadas ao casamento e à maternidade.

A mitologia e a representação iconográfica de Juno foram em grande parte inspiradas na deusa grega Hera.

No contexto do estado romano, Juno desfrutava de uma posição de grande relevância. Ela era objeto de veneração em santuários de destaque situados no Monte Aventino, em Roma, bem como no Monte Capitolino, onde compartilhava a adoração com Júpiter e Minerva no Templo de Júpiter Optimus Maximus.

 

Características e Simbolismo

Devido à sua marcante presença e influência no campo de batalha, Juno certamente elaborou um traje adequado para essa função. Como uma deusa verdadeiramente poderosa com responsabilidades abrangentes sobre diversos aspectos da vida, ela era frequentemente retratada empunhando armas e envolta em um manto confeccionado com pele de cabra.

Para complementar seu estilo, também utilizava um escudo feito do mesmo material, afastando assim mortais indesejados.

Um dos elementos mais distintivos de seu traje era o diadema, que não apenas simbolizava seu poder, mas também seu status como deusa soberana. Esse adorno era tanto um instrumento de temor quanto de esperança para o povo romano, representando uma demonstração de sua influência celestial, compartilhando raízes comuns com seu marido e irmão, Júpiter.

Como deusa romana responsável pelo casamento e pelo parto, os símbolos associados a Juno abrangiam uma ampla gama de objetos significativos, todos eles transmitindo suas intenções de garantir a pureza e a proteção do Estado romano.

Um desses símbolos era o cipreste, considerado um emblema de permanência e eternidade, refletindo com precisão sua duradoura presença nos corações daqueles que a reverenciavam.

As romãs também ocupavam um lugar importante entre os símbolos frequentemente encontrados no templo de Juno. Devido à sua profunda coloração vermelha, as romãs podiam simbolizar elementos como a menstruação, a fertilidade e a castidade, todos eles atributos significativos na esfera de influência de Juno.

Outros símbolos incluíam criaturas como pavões e leões, que representavam seu poder como a rainha das divindades romanas e sobre todos os mortais. Naturalmente, esses animais eram considerados sagrados devido à sua conexão religiosa com Juno.

 

Juno e seu Papel na Tríade Capitolina

Desde o Triglav da mitologia eslava até o Trimurti do Hinduísmo, o número três assume um significado especial no contexto teológico. A Tríade Capitolina não é exceção a essa reverência pelo número três. Ela compreendia os três deuses e deusas mais proeminentes da mitologia romana: Júpiter, Juno e Minerva.

Juno desempenhava um papel fundamental nessa Tríade devido à sua versatilidade, proporcionando proteção constante sobre diversos aspectos da sociedade romana. A Tríade Capitolina era objeto de adoração no Monte Capitolino, em Roma, embora todos os templos dedicados a essa trindade fossem chamados de “Capitólio”.

Graças à presença de Juno, a Tríade Capitolina continua a desempenhar um papel central na mitologia romana, mantendo sua importância inalterada ao longo do tempo.

Júpiter e Juno, por Annibale Carracci (1560–1609). (Domínio Público)

Culto a Juno

Assim como muitas outras divindades, Juno também tinha sua própria festividade, conhecida como Matronália, celebrada no dia 1º de março. Este evento marcava um momento de renovação e o despertar da natureza.

Era uma ocasião em que se esperava que os maridos presenteassem suas esposas. Curiosamente, essa data supostamente coincidia com o aniversário de seu filho, Marte, o deus da guerra. Vale mencionar que Júpiter não era o pai de Marte; em vez disso, a concepção de Marte era atribuída a uma flor mágica.

Alguns autores argumentam que o festival, na verdade, celebrava o aniversário do fim da Guerra Romano-Sabina e reconhecia o papel fundamental desempenhado pelas mulheres. Após o sequestro das mulheres sabinas por Rômulo, a guerra irrompeu, mas as mulheres conseguiram restaurar a harmonia ao se colocarem entre as facções em conflito.

 

Resumindo

Com a influência da cultura grega, a mitologia da religião romana e as identidades de seus deuses se tornaram mais complexas. As histórias sobre os deuses, sejam eles romanos ou gregos, começaram a se entrelaçar.

Juno, embora compartilhasse uma conexão estreita com a deusa grega Hera, detinha um status próprio de grande importância na mitologia romana. Ela era a protetora das mulheres, a esposa (e irmã) do poderoso Júpiter e a mãe de Marte, o deus da guerra.

Contudo, gradualmente, toda a mitologia que cercava esses deuses, incluindo Júpiter, Juno, Netuno e outros, começou a desaparecer com a ascensão do Cristianismo. Ainda assim, a importância e a relevância de Juno perdurarão enquanto as pessoas continuarem a ler a Eneida ou a compartilhar histórias sobre os grandes e antigos deuses.

 

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Referências:

Livro: “The Oxford Companion to World Mythology” (Companheiro de Oxford para a Mitologia Mundial), por David Leeming.

Livro: “The Myths of Rome” (Os Mitos de Roma), por Mary Beard.

Livro: “The Gods of the Romans” (Os Deuses dos Romanos), por Carl Kerenyi.

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