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Zurvan: O Deus Persa do Tempo e do Destino

Na antiga religião persa, Zurvan era um dos deuses mais proeminentes, considerado como o senhor do tempo e do destino. A palavra “Zurvan” em si significa “tempo” em persa antigo, e essa divindade era venerada como o pai de Ahura Mazda, o deus supremo da religião persa zoroastrismo.

 

As Características de Zurvan

Zurvan era frequentemente retratado como uma figura masculina, envelhecida e de longas barbas, simbolizando a passagem do tempo. Sua figura divina era associada ao ciclo eterno do tempo, abrangendo tanto o passado quanto o futuro.

Dessa forma, ele era considerado como o governante do tempo, exercendo seu poder sobre todas as coisas criadas. Essa perspectiva se encaixava na crença de que o tempo era o princípio fundamental do universo e que tudo estava sujeito a sua influência.

Zurvan com os gêmeos Ahura Mazda e Angra Mainyu. Fragmento do Museu de Arte de Cincinnati. Séculos Lorestan VIII – VII. BC. (Domínio Público)

Além de ser o senhor do tempo, Zurvan também desempenhava o papel de governante do destino. Acreditava-se que ele determinava o curso das vidas humanas e a realização de eventos importantes. Era cultuado como um deus benevolente, capaz de conceder bênçãos e fortuna àqueles que o adoravam fervorosamente.

 

A Importância de Zurvan na Religião Persa

O Zorvanismo, também conhecido como Zuvanismo ou Zurvanismo, surgiu como uma seita dentro da religião persa do Zoroastrismo. Essa seita teve origem no final do Império Aquemênida, por volta de 550-330 a.C., e prosperou durante o Império Sassânida, de 224 a 651 d.C. O Zorvanismo foi amplamente considerado uma heresia dentro do Zoroastrismo devido às suas divergências significativas em relação a duas crenças centrais dessa religião.

Em contraste com a crença zoroastriana tradicional de que Ahura Mazda, a Divindade Suprema, era o único Deus não criado, o Zorvanismo afirmava que Ahura Mazda, aqui conhecido como Ormuzd, era um ser criado. Além disso, o Zorvanismo desviava-se da crença na existência do livre arbítrio humano, uma ideia fundamental no Zoroastrismo.

Enquanto os seguidores tradicionais acreditavam que os seres humanos possuíam a capacidade de escolher entre o bem e o mal, o Zorvanismo sustentava que a existência humana era inteiramente governada pelo destino, sendo o livre arbítrio irrelevante.

No Zorvanismo, a Divindade Suprema era chamada de Zorvan Akarana, que pode ser traduzido como “Tempo Infinito”. Essa divindade também era conhecida como Zurvan ou Zurvan Akarana. De acordo com essa crença, o tempo era o princípio fundamental que trazia todas as coisas à existência e as fazia desaparecer.

O tempo era visto como implacável, e os seres humanos eram considerados impotentes para resistir a ele. Portanto, a vida humana era guiada unicamente pelo destino, sendo o livre arbítrio deixado de lado como um fator determinante.

É importante ressaltar que o Zorvanismo era considerado uma seita dentro do contexto do Zoroastrismo, e suas crenças divergentes geraram controvérsias teológicas e debates dentro da comunidade religiosa persa. Apesar de sua popularidade durante o Império Sassânida, o Zorvanismo não conseguiu se estabelecer como a corrente dominante e, ao longo do tempo, acabou sendo eclipsado pela ortodoxia zoroastriana tradicional.

 

Resumindo

Zurvan, o deus persa do tempo e do destino, desempenhou um papel importante dentro da religião persa antiga. Sua figura era associada à governança do tempo e do destino, e sua importância era inegável como o pai de Ahura Mazda, o deus supremo do zoroastrismo. Embora tenha havido debates teológicos sobre sua relevância e interpretação, ele permanece como uma figura significativa no panteão persa, representando a passagem do tempo e o poder sobre o destino humano.

 

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Referências:

Boyce, Mary. “Zoroastrians: Their Religious Beliefs and Practices.” Routledge, 2001.

Duchesne-Guillemin, Jacques. “Zurvanism.” Encyclopaedia Iranica, 2005.

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