“Sitan, O deus do mundo inferior, guardião das almas, que pune os pecadores em Kasanaan. Seus quatro agentes tem a tarefa de levar o homem ao pecado.”
Sitan é o guardião de Kasamaan e das almas que residem nele. Embora descrito pelos espanhóis como a contraparte do Satanás cristão, Sitan não é puramente mau, tendo ajudado a humanidade antes. Ele tem quatro agentes – Mangagaway, Manisilat, Mankukulam e Hukloban que levam os homens ao pecado e à destruição, mas também podem ajudar aqueles que são dignos.
Sitan sabe que a aniquilação total da humanidade resultaria na destruição de Kasamaan, uma das habitações dos espíritos ancestrais tagalos.
Sitan é um dos deuses mais temidos do panteão das Filipinas, associado com a morte, escuridão e noite. Ele é muitas vezes retratado como um velho magro e pálido, com dentes afiados e unhas compridas. Sitan é responsável por guiar as almas dos mortos para o mundo inferior.
Origem Mítica
A lenda narra que Sitan emergiu de um vazio, uma consequência dos males que afligem os seres humanos. Esta narrativa simboliza a importância de os homens se manterem afastados dos vícios para não invocar a essência de Sitan.
No entanto, é importante notar que Sitan não é completamente maligno, pois em ocasiões anteriores auxiliou a humanidade, evitando sua aniquilação total. Isso se deve ao entendimento de que um mundo sem humanidade significaria a extinção de Sitan, assim como a destruição de Kasamaan, um dos locais habitados pelos Tagalog anitos, os espíritos ancestrais.
Sitan tinha quatro emissários cuja missão era seduzir os seres humanos para o pecado e a destruição, mas também auxiliar aqueles que eram dignos da assistência de Sitan. De acordo com um registro datado de 1589, Sitan e Bathala já travaram uma guerra para decidir quem governaria os reinos destinados às almas ancestrais.
Essa guerra teve um impacto significativo em ambos os lados e, ao final, para evitar maiores danos à estrutura do universo, chegaram a um acordo. Conforme esse acordo, Sitan passou a governar Kasanaan, o submundo destinado às almas más, enquanto Maca, o submundo das almas boas, seria co-governado por Sitan e Bathala.
Vale mencionar que Bathala já era o regente dos Kaluwalhatian, os reinos do céu.
Os Quatro Agentes de Sitan
De acordo com o livro “Outline of Philippine Mythology” de F. Landa Jocano, os antigos tagalos acreditavam em um julgamento final, onde o mal seria punido e o bem recompensado. As almas dos homens bons eram destinadas a uma aldeia chamada Maca, que se assemelhava ao Paraíso Cristão, onde desfrutavam de paz e felicidade eternas.
Por outro lado, aqueles que mereciam castigo eram levados para Kasanaan, a aldeia da dor e da aflição, onde enfrentavam torturas eternas, sob a supervisão da divindade principal, Sitan.
Em representações contemporâneas das crenças tagalas, Sitan contava com diversos agentes mortais, sendo o mais perverso deles Mangagauay, a causadora de doenças. Ela era descrita com um colar de caveiras e um cinto feito de mãos e pés humanos decepados.
Às vezes, assumia a forma humana e atuava como curandeira, capaz de provocar doenças através de seus encantos. Para causar a morte, usava sua varinha mágica, podendo também prolongá-la amarrando uma serpente viva à cintura de sua vítima.
O segundo agente de Sitan, Manisilat, era associado à destruição de lares felizes. Quando determinada a arruinar famílias felizes, disfarçava-se como curandeira ou velho mendigo, entrando nas casas de suas vítimas e semear a discórdia com seus encantos e poderes mágicos.
O terceiro agente, Mankukulam, tinha o dever de causar incêndios à noite, especialmente em noites escuras e tempestuosas. Assumindo forma humana, ele se fazia passar por um sacerdote-médico e, em seguida, desencadeava o fogo. Se o fogo não fosse imediatamente apagado, a vítima morria.
O quarto agente, Hukloban, tinha o poder de se metamorfosear em qualquer forma desejada e, segundo alguns, era ainda mais poderosa que Mangagauay. Ela tinha o poder de tirar vidas apenas com um gesto, mas também podia curar aqueles que ela havia adoecido com seus encantos. Diziam que ela tinha o poder de destruir uma casa simplesmente desejando que isso acontecesse.
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Referências:
Acabado, S., 2018. The Archaeology of Death and the Ancestors in the Philippines. Cambridge Archaeological Journal, 28(1), pp.71-85.
Eugenio, D.L., 1993. Philippine mythology