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Religião E Espiritualidade Na Antiga Mesopotâmia – Os Sumérios

Religião e espiritualidade na Antiga Mesopotâmia

Conheça os Deuses, Rituais e Crenças da Civilização Suméria, Sua Influência na História e Profunda Relação dos Sumérios com o Sagrado

A civilização suméria, uma das primeiras a florescer na Terra, surgiu no sul da antiga Mesopotâmia (atual centro-sul do Iraque) por volta de 3500 a.C. Assim como outras civilizações antigas, os sumérios acreditavam que divindades invisíveis controlavam quase todos os aspectos da vida, desde fenômenos terrestres até eventos astronômicos, resultando em um panteão de mais de 3.000 deuses e deusas sumérios.

Ao longo dos milênios, os sumérios se dividiram em acadianos e, posteriormente, em babilônios, com a mitologia central sofrendo alterações mínimas e significativas ao longo desse processo.

Relevo de pedra assíria do templo de Ninurta em Kalhu, mostrando o deus com seus raios perseguindo Anzû, que roubou a Tábua dos Destinos do santuário de Enlil. (Domínio Público)

A Natureza Humana dos Deuses Sumérios

A religião suméria difere das religiões modernas, principalmente devido à humanidade dos antigos deuses da Mesopotâmia. Segundo os mitos sumérios, embora os deuses possuíssem habilidades sobrenaturais, eles não eram divindades supremas e onipotentes como nas religiões judaica, cristã e islâmica.

No panteão sumério, nenhuma divindade estava livre de cometer erros, e esses erros eram frequentemente apresentados como lições parabólicas. Além disso, os deuses eram representados de forma humana ou, no mínimo, antropomórfica, precisando de comida, água e abrigo, assim como os seres humanos que os adoravam. Apesar disso, sua imponência física e a sensação de desconforto e medo que inspiravam nos humanos eram notáveis.

As diferenças em relação aos humanos não se limitavam apenas aos poderes divinos. Os deuses do panteão mesopotâmico eram imortais e, desde que permanecessem acima do Mundo Inferior, possuíam uma “aura” chamada melammu, que se manifestava como um brilho distintivo, permitindo identificá-los imediatamente como algo além dos meros mortais.

Selo cilíndrico acadiano de cerca de 2300 aC ou por aí representando as divindades Inanna, Utu, Enki e Isimud. (Domínio Público)

Além disso, os deuses viviam vidas de lazer e eram tratados como caprichosos mestres, sempre presentes de forma ameaçadora, embora invisíveis e inaudíveis, como supervisores temperamentais dos humanos. Não existia um sistema “justo” de retribuição cármica como nas religiões posteriores – um deus mesopotâmico poderia conceder um desejo difícil ou tirar uma vida à sua vontade, independentemente de a pessoa ser devota e boa.

As inconsistências também eram comuns em relação à natureza divina, com vários deuses sendo responsáveis por diferentes aspectos do cosmos e o papel de uma divindade individual se alterando ao longo do tempo.

 

Um Deus em Cada Cidade

Na antiga civilização suméria, era comum a adoração de divindades padroeiras. Cada cidade principal reverenciava uma divindade específica como sua principal figura divina. Por exemplo, o povo de Uruk adorava o deus An e a deusa Inanna, enquanto os habitantes de Nippur consideravam Enlil como sua divindade patrona e, em Eridu, Enki era o mais venerado.

Essa prática não era arbitrária, pois a divindade padroeira de uma cidade determinava sua influência e importância na região, e o status do deus estava relacionado ao crescimento e desenvolvimento da própria cidade. Assim, os eventos que ocorriam no panteão mesopotâmico estavam intrinsecamente ligados aos acontecimentos do mundo real que deram origem à tradição.

Os seguidores de cada cidade visitavam o templo principal para prestar homenagem à divindade central. Ao longo do tempo, esses templos, inicialmente modestos, foram transformados em impressionantes estruturas, como zigurates e pirâmides babilônicas, tornando-se centros de tradições religiosas e celebrações.

Estatueta de um adorador sumério do início do período dinástico, ca. 2800-2300 aC (Imagem: Wikimedia Commons CC BY-SA 4.0)

Com uma vasta quantidade de mais de 3.000 deuses e deusas sumérios, o panteão é imenso. No entanto, dentro desse amplo grupo, alguns se destacam por sua relevância na religião e mitologia suméria. Como exemplo:

  • Anu – O deus do céu.
  • Enlil – O deus do vento e da tempestade.
  • Enki – O deus da água, sabedoria e inteligência.
  • Nanna (Sin) – O deus da lua.
  • Utu (Shamash) – O deus do sol e da justiça.
  • Inanna (Ishtar) – A deusa do amor, guerra e fertilidade.
  • Ninhursag – A deusa mãe e protetora da natureza.
  • Ninlil – A deusa do ar e esposa de Enlil.
  • Nergal – O deus da guerra, peste e morte.
  • Marduk – O deus supremo da Babilônia, associado à criação e à justiça.

A religião na antiga Mesopotâmia, especificamente entre os sumérios, revela um mundo de divindades complexas e um sistema de crenças profundamente enraizado na vida cotidiana. Os sumérios adoravam uma variedade impressionante de deuses e deusas, atribuindo-lhes poder sobre fenômenos naturais, eventos sociais e questões espirituais.

Essa rica tradição religiosa moldou não apenas a visão de mundo dos sumérios, mas também sua organização social, estruturas arquitetônicas e rituais culturais.

 

Resumindo

A religião suméria é um testemunho fascinante da criatividade humana e do desejo de compreender e interagir com as forças além da compreensão humana. Explorar a religião dos sumérios é adentrar em um universo mitológico rico e cheio de significados, oferecendo uma visão única sobre a vida e a espiritualidade de uma das mais antigas civilizações do mundo.

 

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Referências:

Kramer, S. N. (1963). The Sumerians: Their history, culture, and character. The University of Chicago Press.

Black, J. A., & Green, A. (1998). Gods, demons and symbols of ancient Mesopotamia: An illustrated dictionary.

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