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Candomblé, Uma Religião de Resistência e Diversidade

Candomblé no Brasil, uma religião de resistência e diversidade

Descubra as Raízes Profundas e a Evolução do Candomblé, a Religião de Resistência e Diversidade no Brasil

O candomblé é uma religião monoteísta que enfatiza a existência da alma e a continuidade da vida após a morte. O termo “candomblé” deriva de “dança” ou “dança com atabaques” e é praticado para honrar os orixás, geralmente por meio de danças, cantos e oferendas.

 

Origens do Candomblé no Brasil

O candomblé representa a prática das crenças africanas trazidas ao Brasil pelos indivíduos escravizados, tornando-se uma religião afro-brasileira, e não uma religião puramente africana. Como resultado, a história do candomblé se entrelaça com a do catolicismo.

Diante da proibição de praticarem sua própria religião, os escravizados utilizaram imagens de santos como forma de escapar da censura imposta pela Igreja. Esse sincretismo encontrado no candomblé no Brasil difere do contexto africano.

Atualmente, no entanto, muitos terreiros rejeitam o sincretismo e buscam resgatar suas raízes africanas. Além disso, na versão brasileira, há uma combinação de orixás provenientes de diferentes regiões do continente africano.

Isso ocorre devido ao fato de que os negros escravizados eram originários de várias partes da África. Cada orixá representa uma força ou personificação da natureza, além de representar um povo ou nação específica.

Um grupo de praticantes fotografado em 1902 (Foto: Wikimedia Commons)

O tradição como prática religiosa ganhou contornos definidos na Bahia durante o século XVIII e se consolidou no século XX. Atualmente, existem milhões de praticantes em todo o Brasil, o que pode representar mais de 1,5% da população nacional.

A fim de preservar essa herança cultural africana, a Lei Federal 6292, de 15 de dezembro de 1975, reconheceu certos terreiros de candomblé como patrimônio material ou imaterial passível de proteção.

 

Rituais e Culto

Os rituais do candomblé geralmente envolvem cânticos, danças, batidas de tambores, oferendas de vegetais, minerais, objetos e, ocasionalmente, o sacrifício de alguns animais. Os participantes devem vestir trajes específicos com as cores e guias correspondentes ao seu orixá, sendo que cada orixá possui seu próprio dia, cor, objetos e alimentos adequados ao ritual.

O Deus único do candomblé pode variar de acordo com a região africana de origem. Para os Ketu, é Olorum; para os Bantus, é Nzambi; e para os Jeje, é Mawu. Existem centenas de orixás, mas os mais cultuados no Brasil são:

Exu (mensageiro entre os seres humanos e os orixás), Ogum (guerreiro e protetor), Oxóssi (caçador e provedor), Xangô (senhor da justiça e do trovão), Iansã (senhora dos ventos e das tempestades), Oxum (senhora das águas doces e do amor), Iemanjá (senhora do mar e da maternidade), Nanã (senhora dos ancestrais e da morte), Obaluaiê (senhor das doenças e da cura) e Oxalá (criador do mundo e dos seres humanos).

Esses rituais do candomblé são conduzidos com profunda reverência e devoção. Através dos cânticos entoados, das danças realizadas com graciosidade e das batidas dos tambores, os praticantes buscam estabelecer uma conexão sagrada com os orixás e com a divindade suprema.

As oferendas desempenham um papel essencial nos rituais do candomblé. Vegetais, minerais e objetos simbólicos são apresentados aos orixás como uma forma de demonstrar respeito, gratidão e fortalecer os laços entre os seres humanos e o mundo espiritual.

Em alguns casos, ocorre o sacrifício de animais, entendido como um ato de sacrifício simbólico para renovar a energia e a vitalidade do grupo religioso.

Comida típica no ritual do Candomblé. (Foto: Wikimedia Commons)

Cada participante da tradição possui um orixá específico, com características e atribuições singulares. Os seguidores são orientados a vestir trajes correspondentes às cores e símbolos do seu orixá, para honrar sua presença e estabelecer uma conexão mais profunda durante os rituais.

O candomblé no Brasil transcende as fronteiras religiosas e se estende como uma expressão de resistência cultural e identidade afro-brasileira. É um testemunho vivo da história e da luta dos povos africanos trazidos para o país durante a época da escravidão. Ao preservar suas tradições, o candomblé promove a valorização da diversidade religiosa e a preservação das raízes ancestrais, contribuindo para a riqueza cultural do Brasil.

 

Diversidade e Características

O candomblé é uma tradição religiosa que valoriza e respeita a diversidade e a pluralidade. Nele existem diferentes nações ou segmentos que se distinguem pela origem geográfica e cultural dos povos africanos que as fundaram.

As principais nações são: Ketu ou Queto (de origem iorubá), Angola ou Banto (de origem banta), Jeje ou Gêge (de origem fom) e Nagô ou Efan (também de origem iorubá).

O candomblé transcende as fronteiras religiosas e se estende como uma expressão de resistência cultural e identidade afro-brasileira.

Cada nação possui suas próprias características em relação aos rituais, cânticos, instrumentos musicais, vestimentas, comidas sagradas e nomes dos orixás.

Por exemplo, o orixá Ogum é chamado Gu no Jeje; o orixá Oxóssi é chamado Inquice Mutalambô no Angola; o orixá Xangô é chamado Sogbo no Jeje; o orixá Iansã é chamada Oiá no Ketu; o orixá Oxum é chamada Nkisi Ndandalunda no Angola; o orixá Iemanjá é chamada Yewa no Jeje; o orixá Nanã é chamada Nanã Buruku no Ketu; o orixá Obaluaiê é chamado Omolu no Ketu; e o orixá Oxalá é chamado Zambi no Angola.

Além das diferenças entre as nações, também existem diferenças entre os terreiros ou casas. Cada terreiro tem sua própria história, organização interna, hierarquia e costumes.

Os terreiros são liderados pelos babalorixá ou yalorixá (pais ou mães de santo), que são os sacerdotes ou sacerdotisas responsáveis pela condução dos rituais e orientação dos fiéis. Os pais ou mães de santo são iniciados nos mistérios do candomblé por outros pais ou mães de santo mais antigos ou experientes, formando assim uma linhagem espiritual que remonta aos ancestrais africanos.

 

Conclusão

O candomblé expressa a resistência e a diversidade da cultura afro-brasileira. Apesar das perseguições históricas e discriminações atuais enfrentadas pela sociedade brasileira, o candomblé mantém viva a memória dos povos africanos escravizados no Brasil. Ao mesmo tempo, o candomblé se adapta às mudanças sociais e culturais do país. É uma religião que celebra a vida em harmonia com a natureza e os ancestrais.

 

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